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Para Vivenciar Nadas
para e com chiara, bea, valérie
borboleta é um ser irrequieto.
para vestes usa pólen
tem um cheiro colorido
e babas de amizade.
desloca por ventos
e facilmente aterriza em sonhos.
borboleta tem correspondencia directa
com a palavra alma.
para existir usa liberdades.
desconhece o som da tristeza
embora saiba afogá-la.
usa com afinidades
o palco da natureza.
nega maquilhagens isentas
de materiais cósmicos. como digo:
pó-de-lua, lápis solar
castanho-raiz, cinzento-nuvem.
borboleta dispõe de intimidades
com arco íris
a ponto de cócegas mútuas.
para beijar amigos e vidas usa olhos.
borboleta é um ser
de misteriosos nadas.
Ondjaki, Há Prendisagens com o Xão ( o segredo húmido da lesma & outras descoisas), Lisboa: Caminho, 2002, p. 38-39
2 comentários:
gostaria muito de saber que erros encontrou no poema...
Erro e Poesia são amantes em segredo. Assim, o coitado do Erro livra-se nocturnamente e pelas beiras do peso das gramáticas, gramáticas e gramatiqueiros.
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