Jad publicou alguns sonetos de Antero de Quental que adoro. Resolvi colocar um do meu velho livro de Sonetos desse grande Senhor.
Uma estrela cadente para quem a apanhar!
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NOCTURNOEspírito que passas, quando o vento
Adormece no mar surge a Lua,
Filho esquivo da noite que flutua,
Tu só entendes bem o meu tormento...
Como um canto longínquo - triste e lento -
Que voga e subtilmente se insinua,
Sobre o meu coração, que tumultua,
Tu vertes pouco a pouco o esquecimento...
A ti confio o sonho em que me leva
Um instinto de luz, rompendo a treva,
Buscando, entre visões, o eterno Bem.
E tu entendes o meu mal sem nome,
A febre de Ideal, que me consome,
Tu só, Génio da Noite, e mais ninguém!
Antero de Quental, Sonetos, Lisboa:Sá da Costa, 1972, (Edição organizada por António Sérgio),p.95
Yundi Li plays Chopin Nocturne Op. 9 No. 2
(Para ouvir a ler o poema)
4 comentários:
A ilustração da estrela cadente é gira.
Adorava saber tocar piano assim... e assado também
J.
Assado não seria de grande proveito. Parece-me...
M.
pois... o assado deveria ser como tocavam num post do outro dia...
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