Um amigo escreveu-me e enviou esta imagem de uma andorinha-das-chaminés. Disse-me que ficaria muito bem com este poema. Gostei da ideia por isso junto o voo da andorinha. Obrigada!
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O Voo
Ando perdida nestes sonhos verdes
De ter nascido e não saber quem sou,
Ando ceguinha a tatear paredes
E nem ao menos sei quem me cegou!
Não vejo nada, tudo é morto e vago...
E a minha alma cega, ao abandono
Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
´Stendendo as asas brancas cor do sonho...
Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo
E não ver nada nesse mar sem fundo,
Poetas meus irmãos, que triste sorte!...
E chamam-nos a nós Iluminados!
Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
A sofrer pelos outros té à morte!
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
De ter nascido e não saber quem sou,
Ando ceguinha a tatear paredes
E nem ao menos sei quem me cegou!
Não vejo nada, tudo é morto e vago...
E a minha alma cega, ao abandono
Faz-me lembrar o nenúfar dum lago
´Stendendo as asas brancas cor do sonho...
Ter dentro d´alma na luz de todo o mundo
E não ver nada nesse mar sem fundo,
Poetas meus irmãos, que triste sorte!...
E chamam-nos a nós Iluminados!
Pobres cegos sem culpas, sem pecados,
A sofrer pelos outros té à morte!
Florbela Espanca, in "A Mensageira das Violetas"
2 comentários:
Este ano não temos andorinhas, por aqui. É uma das explicações possíveis para a existência de mais moscas e vespas.
Tem graça ao pé de minha casa há muitas mas não têm a cor desta!
Também há moscas...são um inferno!
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