Jacques Brel entrevistado por Jean Clouzet em 1964.
"É verdade que a solidão o atrai?
É. Viver só é um projecto que realizarei certamente um dia. Não se trata de um desejo de solidão absoluta, mas antes uma vontade de viver numa casa pequena perto de uma cidade onde poderei ir uma vez por semana. Quero viver retirado, mas não como eremita. Agirei desse modo para afastar um certo número de equívocos que me destroem aos poucos. Aliás, estou convencido de que actualmente estou só. Portanto, mais vale parar de uma vez com esta palhaçada que consiste em tentar desesperadamente não o estar, visto que, na realidade, estou profundamente só".
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"É verdade que a solidão o atrai?
É. Viver só é um projecto que realizarei certamente um dia. Não se trata de um desejo de solidão absoluta, mas antes uma vontade de viver numa casa pequena perto de uma cidade onde poderei ir uma vez por semana. Quero viver retirado, mas não como eremita. Agirei desse modo para afastar um certo número de equívocos que me destroem aos poucos. Aliás, estou convencido de que actualmente estou só. Portanto, mais vale parar de uma vez com esta palhaçada que consiste em tentar desesperadamente não o estar, visto que, na realidade, estou profundamente só".
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Jacques Brel, Antologia Poética, Lisboa: Assírio & Alvim, 1997, p.43-44
3 comentários:
Realmente: "mais vale parar de uma vez com esta palhaçada que consiste em tentar desesperadamente não o estar, visto que, na realidade, estou profundamente só".
Pensamento que me atrai cada vez mais- uns tempos de eremitério.
Gosto muito, muito, de Brel, mas de o ouvir. O homem tinha uma grande "pancadona"...
Não sou nada eremita.
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