Prosimetron

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domingo, 22 de agosto de 2010

Um romance histórico, uma saga familiar, uma exaltação da universalidade dos portugueses


A Índia de Vasco da Gama, de Afonso de Albuquerque, de D. Francisco de Almeida, de Camões, de Bocage, mas também a de Vassalo e Silva como último Governador que se rendeu ao invasor Nehru, faz parte das nossas memórias históricas e míticas e de um certo trauma que, sobretudo os que viveram os dias tristes da sua queda em 17 de Dezembro de 1961, ainda, de algum modo, perdura. De tal modo que pouco se escreveu, para além de estudos históricos ou textos políticos, sobre a vida nessas parcelas do então Império Português.

Na sequência de uma viagem a Goa, acompanhando uma amiga que procurava as suas raízes, Raquel Ochoa, escritora de viagens com rosto humano, resolveu contar a história ficcionada de uma família de Damão, iniciando-a em 1885 e terminando-a nos dias que vivemos. História não só da família Carcomo, mas da vida nessa Índia portuguesa de que pouco sabemos, do perpassar do tempo, das alterações políticas, das emoções, fazendo-nos ver e sentir paisagens, cheiros, sabores, daquele pedaço do Oriente.

"A Casa-comboio" - porque essa casa acompanhou a vida nómada da família pelos vários lugares e territórios indianos até terminar em Lisboa- é o relato de uma identidade daqueles que sendo indianos se sentiam portugueses, como diz a autora " é a história da partida que agora regressa, pois a Índia passeia pelas ruas de Lisboa...".

Rachel Ochoa recebeu com este livro o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís 2009.

2 comentários:

ana disse...

Deve ser muito interessante!
Obrigada.

MR disse...

Acho que o vou comprar para uma amiga que fez anos e que vai a Goa.