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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A arte do retrato alemã

A cidade de Munique ambiciona manter o estatuto de capital cultural da Alemanha, em constante rivalidade com Berlim, Colónia ou Hamburgo. A exposição temporária que se encontra actualmente na Kunsthalle da Hypo-Kulturstiftung, reforça este status e representa um dos pontos altos da vida cultural da cidade bávara deste ano. Sob o título Dürer – Cranach – Holbein: Das deutsche Porträt um 1500 (Dürer – Cranach – Holbein: o retrato alemão por volta de 1500), reúne cerca de 170 obras de pintura, entre elas, 18 de Albrecht Dürer (1471 – 1528), 17 de Lucas Cranach o Velho (1472 – 1553) e oito de Hans Holbein o Novo (1497/98 – 1543), bem como exemplos de escultura, numismática e desenho.
Este acontecimento, levado a cabo em colaboração com o Museu de História de Arte de Viena, reveste-se de grande importância, visto nunca se ter realizado uma amostra tão abrangente que se dedicasse exclusivamente à arte do retrato alemã. Com efeito, a pintura flamenga e italiana sobrepuseram-se sempre à congénere germânica, e talvez com mérito. Os retratistas flamengos primaram pelo naturalismo retratista, evidente nos seus quadros, os génios da península itálica orgulharam-se de ter criado um novo conceito de beleza único, manifesto no período renascentista.


Contudo, o retrato alemão desenvolveu um estilo próprio e inconfundível, ao conferir uma autenticidade impressionante à pessoa retratada, tentando por vezes captá-la numa abordagem quase psicológica. Dürer, Cranach (o Velho) e Holbein (o Novo) foram o expoente máximo deste movimento e deixaram, como herança, a sua visão sobre a transição do indivíduo da Idade Média para a Idade Moderna, tendo-se afirmado como descobridores e criadores do ser humano na arte retratista alemã.
A exposição estará aberta ao público até 15 de Janeiro de 2012.
Quem preferir a modernidade, poderá apreciar a obra de Georgia O'Keeffe a partir de 3 de Fevereiro neste mesmo espaço.

Imagens: retrato de uma jovem veneziana de Albrecht Dürer; retrato de um homem sem barba, provavelmente da autoria de Lucas Cranach o Velho

4 comentários:

MR disse...

Cranach e Dürer: dois dos meus pintores preferidos.

LUIS BARATA disse...

Idem.

ana disse...

Nada tenho a acrescentar para além do que se disse a não ser que adoraria aproximar-me desses retratos.

Anónimo disse...

essas obras são fantástiks, nunk conseguiria fazer uma igual...