Prosimetron

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sábado, 13 de julho de 2013

Lucrécia Bórgia - Leituras de Verão

Dosso Dossi  ou Giovanni Nicolò de Luteri, (1490-1542), possível retrato de Lucrécia Bórgia quando jovem,     
National Gallery of Victoria, Melbourne Victoria

Ando a ler Lucrécia Bórgia de Funck-Bretano (historiador e bibliotecário). Comprei o livro na Livraria Lumière depois de ver o seu título no respetivo blog. Era uma biografia que gostava de ler. Não é um livro "científico" mas tem referências e notas de historiadores e cronistas da época e da atualidade. O único senão é não ter uma bibliografia descritiva a não ser nas notas de rodapé. Está muito bem escrito e distancia-se de ideias panfletárias e pré-concebidas. Dá relevo à personagem despindo-a com moderação e honestidade intelectual, registando relatos de cronistas da época a favor e contra os Bórgia. 
Em suma, Lucrécia vai sendo desvendada através do aproveitamento político a que foi sujeita e que os três casamentos comprovam. Comecei a lê-lo ontem e faltam poucas páginas para terminar.

Possível retrato de Lucrécia Bórgia atribuído a Bernardino di Bretti, conhecido por Pinturicchio (1454-1513)                         [Wikipedi, cortesia do Google] O meu livro tem esta gravura na capa.

 Sobre a viagem de Lucrécia de Roma até Spoleto, Marradi Labronio, poeta italiano, escreveu, já em nossos dias, um bonito poema qe foi taduzido por Emmanuel Rodocanachi:

Sobre a estrada ardente de Spoleto
cavalgava vagarosamente sob o sol de agosto
Dona Lucrécia em brilhante cortejo
De padres e de cortesãos.
A beleza fulva da sua cabeleira abundante
Enchia de sombra o esplendor de seus olhos semi-cerrados.

Fatigado, o senador ia calado
Ao lado da duquesa, assim como
O último dos filhos de Vanozza (Jofré);
Aborrecidos, os padres lembravam-se
Da frescura do Vaticano... (1)

(1) Emm. Rodocanachi, Une cour princière, p. 228. in Funck-Bretano, Lucrécia Bórgia. Porto: Livraria Tavares Martins, 1947, p.85


2 comentários:

Isabel disse...

Isso é que é aproveitar bem o tempo!
O segundo retrato é muito bonito.
Bom domingo, Ana!

ana disse...

Isabel,
Agora ando com menos trabalho. Poder ler sem problemas de consciência, e devorar o livro foi uma sensação maravilhosa. :))

Gostei desta biografia. Mostra todas as partes e não opina, ou seja defende uma teoria de forma sóbria.
Donizetti contribuiu para a má fama da duquesa de Ferrara mas achei importante colocar aqui, pois revela a dimensão que ganhou esta figura histórica.
Beijinho. :))