«O pintor francês, Paul Maze, que se tinha juntado às tropas britânicas como intérprete, recordou mais tarde a primeira vez que viu as tropas alemãs, a 23 de agosto, numa aldeia perto de Binche: "Apontei o telescópio para uma linha de caminho-de-ferro num aterro, a cerca de 2000 metros, e vi num círculo de luz muita figurinhas cinzentas a deitarem-se no chão, Movendo-se ao longo da via férrea, iam aparecendo cada vez mais, por detrás de uma elevação no terreno." Maze recordou também como a visão dos alemães teve um efeito imediato nos aldeãos. "As mulheres começaram a lamentar-se e correram para as suas casas, seguidas dos homens, enquanto as crianças cheias de curiosidade, iam atrás, voltando-se para ver." Então os alemães aproximaram-se e começou o tiroteio. "De repente, a atmosfera mudou - em poucos segundos, todos aqueles civis fugiam pelos caminhos, enquanto a invasão, subindo como uma maré, foi ganhando terreno. Nos seus fatos de domingo, as mulheres, de chapéus de plumas na mão, sem terem tido tempo de os pôr na caneça, a pé, com carrinhos de mão, bicicletas e tudo o que tivesse rodas, fugiam com os seus bebés e os seus homens aterrorizados."»
Cit. in Martin Gilbert - A Primeira Guerra Mundial. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2014, vol. 1, p. 131
Não conhecia este pintor franco-inglês, que deixou uma coleção de fotografias sobre a Grande Guerra, que se encontra no Imperial War Museum.
Aqui ficam dois pastéis de sua autoria:
Vista para a cidade
Toronto, Odon Wagner Gallery
Linha da costa
Toronto, Odon Wagner Gallery
2 comentários:
Quando for ao Imperial War Museum pode ser que consiga ver as fotos de Maze. É natural que este ano as exponham.
Miss Tolstoi
Vou estar atenta à programação do IWM.
Bom dia, Miss Tolstoi!
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