Prosimetron

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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Citações



 (...) Fez-nos mal um certo novo-riquismo?

O novo riquismo faz sempre mal, não é ? Mas a verdade é que as pessoas foram animadas a ter um nível de vida maior e é compreensível que tivessem querido viver melhor. Não foi um despesismo pecaminoso ou irresponsável, só pessoas sem personalidade ou ambição é que se conformam. A maioria não viveu acima das possibilidades. As possibilidades é que desapareceram. Isso custa, até psicologicamente. Há coisas que são analisadas com pouca memória. O que se diz em relação ao País é que houve um disparate de despesismo, culpabiliza-se a irresponsabilidade de sucessivos governos, mas ouço falar pouco do que foi a melhoria de condições de vida e a tentativa de aproximar o litoral do interior. Foi espetacular! Fala-se do betão, das autoestradas e tal, mas as pessoas passaram a comunicar de uma forma completamente diferente. Sinto isso na pele. Quando estive a trabalhar em Pedras Salgadas fiz em hora e meia o que dantes fazia em quatro horas. Não falando no que foi a criação de escolas, universidades, hospitais, centros culturais, museus, etc. Foi espetacular! O primeiro sentimento é de orgulho no que aconteceu. Houve erros e há resquícios disso, mas em 40 anos de democracia deu-se uma transformação maravilhosa do País. 

- Excerto da entrevista a Siza Vieira, publicada na Visão da semana passada.


Concordo na generalidade com o que diz Siza, mas a verdade é que como pude verificar recentemente algumas das autoestradas que são tão úteis para nos fazer chegar depressa onde queremos têm escasso tráfego, já para não falar de disparates ainda mais dispendiosos, e difíceis de resolver, como o aeroporto fantasma de Beja ...


4 comentários:

APS disse...

Muitos dos nossos museus e bibliotecas também têm "escasso tráfego", mas nem eu, nem o meu caro LB, discordamos, decerto, da sua existência e utilidade...
Seja bem-vindo a terras de Nau Catrineta..:-)

MR disse...

Concordo em absoluto com as declarações de Siza Vieira.
E as autoestradas estão às moscas dado que as pessoas, com os cortes salariais e algumas vítimas de desemprego, escolhem alternativas mais económicas.
E não se fizeram estradas suficientes no interior do país porque quase todos os dias vemos gente a queixar-se que não consegue exportar produtos por falta de acessos.
Com o aumento do custo dos bilhetes de avião, muita gente vai chorar pelo TGV - eu já choro.

Quanto às bibliotecas públicas, não me parece que tenham "escasso tráfego".
Quanto aos museus, tb não é aumentando o preço das entradas que conseguem atrair mais famílias...

Isabel disse...

Faltou e continua a faltar "apenas" uma coisa essencial: honestidade a gerir os recursos. Tudo o resto foi bem feito.

Bom dia:)

Jad disse...

O país não tem comparação. E eu não tenho saudades do tempo passado. Só vou ter saudades de não viver o futuro que espero e desejo mais desenvolvido em todos os aspetos, não esquecendo o cultural.