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Novo edifício do Museu dos Coches |
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Carruagem de D. João VI |
Nunca critico nada que não conheça por experiência própria,
seja literatura, expressões artísticas ou como neste caso, um Museu. Por isso
não dei opinião sobre o novo Museu dos Coches até o ir visitar, como fiz hoje à
tarde. E não só fui ao novo edifício, como ao Picadeiro Real. A primeira constatação
é que as carruagens têm uma muito maior visibilidade e se podem apreciar de
vários ângulos, coisa que no antigo era praticamente impossível dada a escassez
de espaço. A segunda é que, apesar de ter sido dito que se iriam expor librés,
selas e arreios e outros apetrechos ligados à arte equestre e especialmente ao
uso dos coches, o que é exposto é ridiculamente pouco e duas das vitrines
apenas têm varais, o que não é nem estético nem muito interessante. A terceira é
que com as paredes completamente despidas, com a excepção das vitrines, mais
parece um armazém do que um museu. Sei que os actuais descendentes do Marquês
de Fontes e 1º marquês de Abrantes que chefiou a embaixada de D. João V ao Papa
Clemente XI e cujos coches estão expostos, depositaram no Museu um grande e
belíssimo retrato do seu antepassado que não está lá exposto. A quarta é que as legendas são
muito escassas e há imensas carruagens, sejam coches de aparato, berlindas ou cadeirinhas
que despertam a curiosidade e o visitante fica em branco ou compra um livrinho na loja ou depois da visita
vai ao site do Museu e lê a sua história e descrição. Estão agora na colecção
mais trinta e cinco viaturas que estavam no Paço de Vila Viçosa, mas não se
percebe quais são. Ou esta forma de expor é um novíssimo conceito de museologia
ou então ainda vai ser melhorado, espero eu. De qualquer maneira não me
convenceu.
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Vitrine com traje de "neto" e foto de D. Manuel II vestido de "neto" |
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Actual aspecto do Picadeiro Real de Belém |
No Picadeiro Real, o antigo museu escolhido pela Rainha Dona
Amélia, sua instituidora, estão uns sete ou oito coches, meia dúzia de
artefactos a eles ligados e vários retratos de membros da Família Real – não vi
o retrato lindíssimo da Senhora Dona Amélia por ela oferecido – e de outros
utilizadores das carruagens. E só para visitar o Picadeiro Real pagam-se 4 euros,
sendo que já se têm que pagar 6 no museu principal. Claro que o espaço tem uma
beleza que o novo edifício não tem, mas não justifica este “meter a mão” no
bolso dos visitantes. Curiosamente não vi nenhuma indicação no novo museu de
que o antigo era visitável. Gostaria que o Picadeiro albergasse no futuro espectáculos da Escola Portuguesa de Arte Equestre, como acontece em Viena de Áustria. Assim se fazem as coisas em Portugal, cujos
governantes andam eufóricos com o incremento que o turismo está a ter: realizam inaugurações antes das eleições e depois se verá.
3 comentários:
Também já visitei o novo Museu dos Coches e fiquei com a mesmíssima sensação: "armazém" é a palavra que melhor descreve o espaço como está actualmente. Também concordo que a visibilidade e a apreciação das peças saiu a ganhar, com a mudança, mas não se percebe, por exemplo, porque há duas filas de coches em que elas podem ser vistas de todos os ângulos (é possível contornar e ver totalmente os coches) e outras duas em que só os podemos apreciar de frente (sendo que os coches se encontram "encostados" à parede, sem permitir ao visitante passagem para o lado não visível). Com tanto espaço e corredores tão largos, não se justifica. Apenas (mais) uma nota final em relação aos bilhetes: sim, são algo caros se comprados para ambos os museus individualmente, mas se comprados em conjunto, saem, no total, a 8 euros. Compensa.
Tenho vontade de visitar este museu. O edifício exterior pela imagem é interessante.
O anterior tinha uma estética que a meu ver ligava melhor com os coches mas ainda não vi este museu para tirar uma conclusão.
Obrigada pela partilha.
Ainda não fui porque parece que o Museu não está ainda terminado. Espero que esteja nos conformes para então o ir ver.
No Picadeiro, as carruagen estavam muito em cima umas das outras...
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