José Escada - 25 de Abril, 1974.
Óleo sobre tela.
Col. particular.
A Gulbenkian apresenta a primeira exposição retrospetiva dedicada ao pintor José Escada, dando a conhecer um artista que desenvolveu uma obra singular, num vai e vem constante entre abstração e figuração, e que atravessa a pintura, o desenho, as colagens e os relevos recortados, a ilustração e a realização de murais, pintados e esgrafitados.
José Escada inicia o seu percurso artístico em meados da década de 1950, um começo muito prometedor e ativo, que é igualmente marcado por colaborações com arquitetos, muitas no contexto do Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR), e pela colaboração em revistas e jornais, quer como ilustrador, quer através de uma interessante produção de textos críticos sobre a arte contemporânea e o ensino artístico em Portugal.
Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, entre 1960 e 1961, Escada intensifica naquela cidade as suas pesquisas em torno da abstração, confirmando ainda a sua ação no contexto do grupo KWY, com os portugueses René Bértholo e Lourdes Castro, António Costa Pinheiro, Gonçalo Duarte, João Vieira e os internacionais Christo e Jan Voss.
O período parisiense, que se prolongará até 1971, a maior e mais ativa fase criativa do artista, será ainda o palco para a criação de uma figuração densa e complexa, de figura recortada, que o levará até aos recortes e às colagens tridimensionais, algumas de gosto Pop. Os anos de 1970 ficarão ligados à intensificação de uma pesquisa em torno da representação do corpo – acometido, oprimido e, por fim, libertado –, um corpo político que faz corpo com a história de um País que, em 1974, se liberta de um regime ditatorial.
Já no fim da década, nas vésperas da sua morte prematura, a obra de José Escada tenderá a centrar-se em trabalhos mais figurativos e autobiográficos, verdadeiros testemunhos de uma condição simultaneamente trágica e poética do homem e da sua obra.
(Do site da Gulbenkian)
José Escada - Sem título [Nossa senhora e menino], 1956.
Colagem, recorte e guache sobre papel e platex.
Lisboa, col. particular.
José Escada - Sem título, 1965.
Tinta-da-china, aguarela e guache sobre papel.
MCG-CM, inv. DP1066.
José Escada desenhou, em 1958, o símbolo e arranjo gráfico para a capa da coleção Círculo de Poesia, da Morais Editora.
Capa e il. para o livro de Sophia. Lisboa: Ática, 1975.
A exposição pode ser vista até 31 de outubro. Não percam!
Vejam este documentário da RTP:
3 comentários:
Vi o vídeo, que achei interessante:)
Boa tarde:)
Gostei muito da exposição. Ainda hei de ir novamente vê-la.
Boa noite!
Gosto muito da obra do Escada. Vou vê-la amanhã.
Bom fim de semana!
Enviar um comentário