Menina calçando meia. Escultura de Leopoldo de Almeida.
Lisboa, Estufa Fria, Parque Eduardo VII
(Estufa-Fria, 1966)
Não te mexas.
O futuro é perder o equilíbrio,
cair até bater no fundo
de uma insónia hora a hora
interrompida para respirar
à superfície da luz.
Não te mexas, ainda.
Não hesites, não assustes o sonho
pousado em teia sobre ti,
não agites as águas.
E talvez a vida se deixe
ficar à margem
com os seus dias armados de pedras.
Inês Dias
7 comentários:
Há quanto tempo não ando pela Estufa Fria! Na verdade teria uns vinte e quatro anos quando a visitei a primeira e última vez. Levada por uma boda ou assim:). Lembro-me de a achar linda e muito verde e ter ficado abismada com plantas carnívoras a que assisti na sua actividade alimentar.
O poema de Inês Dias é eloquente; e há de certeza gente que fica nas margens da vida, mas não será ainda a mesma vida que vive? E não serão as margens terreno habitável? Tudo é caminho.
Mais me toca a estátua da menina de longas pernas calçando uma meia de pedra. Por ser linda.
Inquieta-me não a ter visto. Onde se teria metido quando a visitei.
Gosto do poema e também da Estufa Fría. Desta volta não nos foi permitido entrar ...Vinha de entrar um grupo . Ainda não era a hora de fechar, mas... Eu sinto pelos alunos que já têm ido duas vezes e nada.
Boa tarde!
Bea,
Também gosto desta escultura. Leopoldo de Almeida era um grande escultor, para além da estatuária oficial que fez.
Luisa,
Para a próxima será. Pelos vistos agora também temos de comprar bilhetes para a Estufa Fria com antecedência... :(
Boa noite para as duas.
Não me lembro desta escultura. Quando o tempo aquecer, tenho de ir à Estufa Fria.
Boa tarde!
Estou a pensar em fazer o mesmo. :)
Bom dia!
"A vida...con os seus días cargados de pedras" Quen pode vivir esperando soamente recibir feridas...! Desolador, ainda que poéticamente a metáfora é moi suxerente .
Preciosa a escultura na súa cotidianidade.
Apertas.
Um poema bem triste. Gosto da poesia da Inês Dias.
Um bom resto de domingo.
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