O último Nouvel Obs dedica um caderno de 42 páginas ao seu fundador «Notre Jean Daniel», recentemente falecido, em que colaboram, entre outros, Robert Badinter, Claude Perdriel (o outro fundador da revista), Bernard-Henri Lévy e Jacques Julliard.
«Jean Daniel s’en est allé. Il est mort comme il a vécu. Debout. Son départ est pour chacun d’entre nous un déchirement, tant notre titre est attaché à son nom. Le numéro de cette semaine retrace – par la voix de ses compagnons de route – l’itinéraire d’un homme hors du commun : à la fois journaliste, penseur et écrivain. Il restera "notre Jean Daniel", notre père en journalisme, la figure tutélaire de la rédaction, l’âme de l’Obs ».(Do editorial de Dominique Nora, p. 5)
No corpo da revista há duas páginas em que L'Obs dá voz ao testemunho dos seus leitores. Entre eles, está José Luís Porfírio: «Na minha adolescência, lia e admirava le Nouvel Observateur, que chegava a minha casa, em Portugal, debaixo do casaco. Jean Daniel vai-me fazer muita falta, quer esteja eu em acordo ou desacordo com ele, como exemplo de liberdade de pensamento fora das modas e de fidelidade às suas origens. Uma figura exemplar e uma vida rica e bem preenchida. Que repouse em paz!» (trad. minha, p. 7)
O texto de Bernard-Henri Lévy refere as relações de Jean Daniel com Portugal e son ami Soares e o apoio que deu (com a sua plume) à consolidação da democracia em Portugal, numa época em muitos estrangeiros olhavam para o nosso país como um caso perdido, uma «nova Cuba».
Le Nouvel Observateur, 4 nov. 1974
2 comentários:
Um homem que pensava nobremente a política.
Um sénior que usava, quase sempre, a razão.
Faz falta saber o que ele pensava sobre as grandes questões do mundo.
Há uns tipos que de tanto os lermos fazem parte da nossa família.
Tenho dois livros dele no monte: um diário e um de entrevistas dadas a Martine de Rabaudy. Vamos a ver se é este ano que tenho tempo para os ler.
Boa tarde!
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