Pormenor de foto de Tiago Fezas Vital.
Nestes dias, muito se tem falado da Bedeteca de Lisboa na comunicação social, a propósito de João Paulo Cotrim. Melhor teria sido que esta comunicação social se tivesse perguntado durante os últimos dezanove anos: o que é (foi) feito da Bedeteca de Lisboa? Tantos anos de trabalho para não ter continuidade e ter até sido destruído.
Mas não foi caso único.
A Bedeteca de Lisboa abriu portas a 23 de abril de 1996, na Biblioteca dos Olivais, instalada no reabilitado Palácio do Contador-Mor. Era então presidente da CML João Soares, que escolheu João Paulo Cotrim para instalar e dirigir o espaço dedicado à BD.
Como curiosidade, refira-se que Eça de Queirós se inspirou nesta quinta para albergar os amores de Maria Eduarda e de Carlos da Maia em Os Maias: «Carlos lembrou-se logo da bonita casa do Craft, nos Olivais […]. Que deliciosa vivenda para ela, artística e campestre, condizendo tão bem com os seus gostos!»
Voltemos à Bedeteca. Enquanto João Paulo Cotrim a dirigiu (o mesmo é dizer: enquanto a Bedeteca esteve viva) foram dezenas as exposições, catálogos, livros, festivais, encontros, eventos, promovidos ou apoiados por aquela instituição, dentro e fora de portas. Deixemos aqui registo de algumas publicações:
Ed. fac-similada dentro de uma capa.
Lisboa: Bedeteca, 1996
Lisboa: Assírio e Alvim: CML:1998-2000
Brindemos, JP!, com um Bushmills (para mim é só uma gotinha):
7 comentários:
Brindo ao JP.
Haja quem faça e faça com qualidade, como o João Paulo Cotrim.
Mas raramente são reconhecidos devidamente e/ou apoiados.
E, tudo termina... como se simplesmente não fosse importante!
Um dia recomeçarão (provavelmente não tão bem) como se fosse novidade. Quando o projeto poderia ter continuado a ser melhorado. À portuguesa!...
Bom dia para as duas.
É uma pena. Boa tarde!
Foi mesmo angustiante ver todo este trabalho ser desprezado.
Bom Ano!
Vi belíssimas exposições no Salão Lisboa e na Ilustração Portuguesa. Exposições de ilustrações para mim desconhecidos, na época, e que são hoje grandes nomes da ilustração portuguesa, e exposições fabulosas de estrangeiros como uma de uma mexicano na Cordoaria. Não me lembro do nome dele agora, mas tenho o catálogo.
Parece-me que o João paulo Cotrim teve uma vida boa, o que não é de somenos para quem morre jovem. Pelo menos, mostrou-nos e escreveu muita coisa boa.
Obrigada!
Trabalhou no que gostou (o que nem sempre se consegue) e, para além da Bedeteca de Lisboa, fez uma boa editora (Abysmo / Arranha-Céus).
Bom Ano!
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