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quarta-feira, 21 de setembro de 2022

François Hollande a L'Expess

L'Express - «Em maio de 2015, anulou os contratos de dois navios Mistral vendidos à Rússia. Um gesto muito criticado pela classe política. Lameta esta falta de apoio?

François Hollande - «Não tomei esta decisão por capricho, mas porque havia uma falta muito grave tendo em conta as regras do direito internacional. A Crimeia tinha sido anexada e o Donbass ocupado pelos separatistas. Era inconcebível para a França fornecer à Rússia dois porta-helicópteros que podiam ser utilizados para prolongar a operação então em curso. Imagine, retrospetivamente, o que estes barcos poderiam provocar em prejuízos humanos no conflito atual. Mas estranhamente, mais do que receber um apoio unânime da classe política, a minha decisão suscitou um levantamento de escudos. Os Republicanos falaram de "obrigação sob palavra da França", Jean-Luc Mélenchon chegou a evocar uma "traição inaceitável" como se os nossos laços com a Rússia devessem levar, segundo eles, a uma solidariedade com um país agressor.» 

Olivier Pérou, um dos entrevistadores, chega a perguntar no texto inicial da entrevista: «Que diríamos se esses navios de guerra, made in France, atacassem hoje Kiev ou Odessa?» (8-14 set. 2022)

2 comentários:

Margarida Elias disse...

Só demonstra como uma boa decisão pode ser criticada e só o tempo confirma a verdade. Bom dia!

MR disse...

Bom dia!