Prosimetron

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sábado, 8 de novembro de 2008

Novembro com G. F. Händel

O fascínio pela Itália é seguramente algo a que a Humanidade dificilmente resiste. Vários foram os artistas alemães que se renderam aos encantos da península: Heinrich Schütz, Albrecht Dürer ou Johann Wolfgang von Goethe são apenas algumas referências.
A influência que a Itália exerceu na obra de cada uma destas personalidades reflecte-se de forma muito individual. Em todo o caso, existe um denominador comum de impressões inesquecíveis, vividas por qualquer visitante e alicerçadas na vitalidade, intensidade das cores, paisagem, música, arquitectura e em tudo mais que a Itália ofereceu e oferece.

Georg Friedrich Händel não é excepção: a estadia de três anos e meio por terras itálicas marcou profundamente o percurso artístico do compositor. Händel concluiu o Dixit Dominus em Roma em Abril de 1707. Esta adaptação sonora do salmo 109 (Dixit Dominus) ou 110 segundo Lutero, destaca-se por um vigor, entusiasmo e uma energia únicos, muito próprios da vivência latina, leia-se italiana…A obra sumptuosa mistura e integra em simultâneo os elementos instrumentais com os vocais. Os oito andamentos exigem dos intérpretes, de modo quase impiedoso, diversidade, mobilidade, precisão, paixão interpretativa e expressividade. Empolgante e imponente são os atributos que definem o espírito de Dixit Dominus que, muito estranhamente, continua a ser uma das obras corais menos representadas no universo da música sacra.


Não sabemos onde e quando foi estreada esta obra. A melodia gregoriana pascal, presente no início e final, apontam para uma estreia em Roma no Domingo de Páscoa de 1707, talvez realizada em S. João Latrão ou no palácio do cardeal Ottoboni.

Como sugestão, fica o excerto Dominus a dextris tuis, na excelente interpretação do conjunto Les Musiciens du Louvre sob a direcção de Marc Minkowski e um elenco notável de solistas, entre eles, a soprano Magdalena Kožená.

Segunda fotografia da autoria de Scott Hobbs

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2 comentários:

Anónimo disse...

Primeiro que tudo obrigada pela ponte Sant'Angelo.
Adoro os anjos que ladeiam aquela ponte. Aliás, é a minha preferida.

Comprei um anjo em aguarela a um artista de rua, mas dos verdadeiros, estudante de belas artes. Nunca comprei nada na rua mas este valeu a pena, até porque o pintor estava a pintá-lo e eu pedi-lhe para acabar naquele preciso momento. O rosto é imperceptível e por isso mais belo...memórias.
Adoro Dürer, Goethe e Häendel!

Envio uma quadra de um poema de Goethe
THE CASTLE ON THE MOUNTAIN

There stands an ancient castle
On yonder mountain height,
Where, fenced with door and portal,
Once tarried steed and knight.
(...)

John Storer Cobb's English translation of 'The Castle on the Mountain' was first published in Goethe: Poetical Works, vol. 1. Boston: Francis A Niccolls & Company, 1902
http://www.poetry-archive.com/g/the_castle_on_the_mountain.html

Anónimo disse...

Linda! Adoro os barrocos!
M.