Mário Tavares (MT) colocou-me uma questão sobre esta ópera que foi a seguinte:
Para si, que conhece a ópera, a personalidade de Yonas é como a mãe ou como o pai?
Mário Tavares li o Adriana Mater e adorei. Como já referi num comentário nunca vi a ópera mas interessava-me bastante ler Maalouf nesta sua vertente. Fiquei fascinada pela linguagem.
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Quanto à sua pergunta, Yonas não foi Caim. Yonas era uma mistura dos dois porque Adriana também tinha o seu lado negativo: a vingança! Contudo, no fim ele ficou mais parecido com a mãe, superou mesmo a mãe com a escolha que tomou. Vou transcrever a conclusão da ópera, que no livro diz 7º quadro:
ADRIANA:
"Se tu fosses mesmo filho desse homem,
Tê-lo-ias matado!
Hoje tenho finalmente a resposta:
O sangue do matador mitigou-se no convívio com o meu.
Hoje, a minha vida, que eu julgava perdida,
É por fim recuperada.
Não estamos vingados, Yonas,
Mas estamos salvos.
Vem aproxima-te, envolve-me nos teus braços!
Preciso de repousar a cabeça um instante
Sobre o ombro de um homem."
Amin Maalouf, Adriana Mater, Lisboa: Difel, 2007, p. 110-111.
Desculpe não ter respondido de imediato mas por razões alheias não consegui ler nada durante dois dias. Espero que a minha resposta o satisfaça. Gostaria muito de ver esta ópera. Vou ver se arranjo o outro libreto dele O Amor de Longe.
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