Pregam-me nas ventas a franginha da Beatriz Costa, afamada vedeta por chupar no burrié e outras marotices que fizeram época. Não fui estranho à iniciativa. Tiveram a gentileza de me chamar para um texto sobre Almada Negreiros, onde e não por acaso meti o António Ferro e as duas extraordinárias Senhoras que, ao lado de um e de outro, Sarah Afonso e Fernanda de Castro, decerto muito contribuíram para a grandeza da obra deles. Ora, e durante semanas temi tal disparate, o nome de António Ferro foi esquecido. Ou censurado. Ou achado detestável. Entre Dezembro de 1995 e Fevereiro de 1997, semana a semana, fui-me perguntando: será que vão esquecer este? aquele?
Mais escandalosa que a de Ferro e ainda mais inexplicável, é a ausência de Duarte Pacheco, tanto o Ministro das Obras Públicas como o Presidente do município lisboeta. Pensem o que quiserem, não me reconheço nessa pretensa identidade. E se os tais 50 rostos, nas espantadas serigráficas trombas que o Leonel Moura arranjou, eram escassos, porque não 59, 70? "
- Luiz Pacheco, Um homem dividido, in PRAZO DE VALIDADE, Contraponto, Setembro de 1998.
2 comentários:
Uma escolha é uma escolha, sempre controversa, e essa foi a de Leonel Moura.
E o Pacheco é o que sabemos - também muito controverso, para dizer o mínimo.
Qualquer dia ainda nos apelidam de ferrianos...
É sempre o problema das listas, e a subjectividade que acompanha a sua elaboração.
Gosto do Pacheco e a ele voltarei já que tirei da estante o "Prazo de Validade".
E confesso que tenho admiração pelo António Ferro, acho que fez obra, o que não quer dizer que seja admirador do Cônsul de Santa Comba como ele era. Distingo perfeitamente uma situação e outra.
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