Das Ewig-Weibliche zieht uns hinan

Já que se fala no Dr. Fausto e honrando a memória de Mahler, no ano em que cumpriria século e meio de vida (e a escassos quinze meses do centenário da sua morte), não será descabido lembrar que a segunda parte da sua Oitava Sinfonia se baseia na obra de Goethe.

O contraste com a primeira parte, musicando esta o Hino paraclético por excelência, Veni Creator Spiritus, é mais aparente do que real. O sentido de sagrado permanece, da primeira à última nota, do brado pela iluminação que a todos é tão precisa ao conforto que a Criação, essa eterna ressurreição, encerra.

Coloco aqui o coro final, numa interpretação nos famosos Proms londrinos. Suponho que as legendas serão em japonês J. “Cortesia” da pagelazinha de uma gravação, aqui vai no original:

Alles Vergängliche

Ist nur ein Gleichnis;

Das Unzulängliche,

Hier wird's Ereignis;

Das Unbeschreibliche.

Hier ist's getan;

Das Ewig-Weibliche

Zieht uns hinan.

em tradução inglesa, dada a importância que para o caso teria de nos chamarmos Filipe:

All things transitory

are but parable;

here insufficiency

becomes fulfilment,

here the indescribable

is accomplished;

the ever-womanly

draws us heavenward.

e francesa:

Tout ce qui se passe

N’est que symbole

L’Imparfait

Ici trouve l’achèvement;

L’Ineffable

Ici devient acte ;

L’Eternel-Féminin

Nous entraîne en haut

Então, 8001.ª, se ninguém entretanto se antecipou! Aos 10 mil, tem que haver celebração!