O novo director artístico do festival, Gerard Mortier, definiu, como tarefa prioritária, a reforma das jornadas, já que a era von Karajan padecia de alguma estagnação durante os últimos anos de “reinado” do grande maestro. “A nova Salzburgo”, assim o anunciava Mortier, revelar-se-ia através de um repertório moderno, encenado numa perspectiva diferente e provocadora por vezes, e destinado a um público mais jovem e diversificado. Entre várias alterações, Mortier introduziu um fio condutor para cada edição anual, ou seja, as temáticas das produções dos três géneros (ópera, teatro e concertos) do festival passaram a submeter-se a um mote comum. Uma nova geração de realizadores marcou presença nos palcos, tais como, Luc Bondy, Peter Sellars ou Robert Wilson.
Gérard Mortier não temia as fortes críticas da imprensa conservadora, nomeadamente da imprensa vienense, ao reformar radicalmente o conceito do festival. Nunca conformado com privilégios instituídos, quebrou a primazia dos Wiener Philarmoniker em actuações durante o festival e enfrentou os lobbies da indústria discográfica.
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De facto, a música clássica do século XX viveu uma época de apogeu durante o mandato de Mortier: um ciclo dedicado à obra de Janacek, a produção grandiosa de Saint François d’Assise de Olivier Messiaen,o Grand Macabre de Ligeti, ou óperas de Strawinsky, Weill, Schönberg, Busoni ou Berg dominaram a programação do festival.
O teatro, género preferido do fundador do festival, Max Reinhardt, ressuscitou após anos de pouca criatividade. Peter Stein, Ivan Nagel e Frank Baumbauer dedicaram-se a esta tarefa. Em relação à componente sinfónica, de destacar projectos e ciclos temáticos, entre eles, o “Progetto Pollini” que abarcou composições desde a Idade Média aos nossos dias.
O teatro, género preferido do fundador do festival, Max Reinhardt, ressuscitou após anos de pouca criatividade. Peter Stein, Ivan Nagel e Frank Baumbauer dedicaram-se a esta tarefa. Em relação à componente sinfónica, de destacar projectos e ciclos temáticos, entre eles, o “Progetto Pollini” que abarcou composições desde a Idade Média aos nossos dias.
Gérard Mortier não temia as fortes críticas da imprensa conservadora, nomeadamente da imprensa vienense, ao reformar radicalmente o conceito do festival. Nunca conformado com privilégios instituídos, quebrou a primazia dos Wiener Philarmoniker em actuações durante o festival e enfrentou os lobbies da indústria discográfica.
Mortier poderá não ter revolucionado o festival, transformou-o, no entanto, de forma significativa, assegurando a componente contemporânea e moderna e, assim, o futuro do próprio festival.
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Imagens: Gerard Mortier; a produção de Don Giovanni em 1994, com Patrice Chéreau e Daniel Barenboim; Ricardo II de Shakespeare em 1999
1 comentário:
Como sempre, é interessante!
Viva Filipe! :)
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