Prosimetron

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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Leituras no Metro - 21



«Recordo-a [à Tia Inácia] com saudade, pois no fim de cada visita pedia-lhe sempre que me ajudasse, invocando sem vergonha a sovinice do meu pai, totalmente inventada por mim, o que levava a Tia Inácia a dar-me dez escudos,com que eu, logo à saída, ia comprar, na tabacaria da rua, uns cigarros de tabaco louro que então existiam, de marca De Reske, juntamente com livros de aventuras da colecção de Emílio Salgari, cujos tigres, piratas e bandidos prendiam a minha um pouco solitária imaginação.»
Rosado Fernandes
In: Memórias de um rústico erudito. 3.ª ed. Lisboa: Cotovia, imp. 2007, p. 59

Estou a gostar de ler este livro, embora ache o título odioso.

3 comentários:

APS disse...

Recordo-me perfeitamente destas capas de livros do Sandokan, dos cigarros,nada. Os meus primeiros foram os CT. E havia os 20-20-20,com um design magífico que ficava na memória.

LUIS BARATA disse...

Desta marca tb não me lembro, mas lembro-me de muitas que já nem existem: é o que dá ter um pai que fumou durante décadas...

Lembro-me muito melhor do Sandokan, Tremal Naik, da Virgem do Pagode, dos Thugs, do Rajá de Sarawak e claro de um português que também andava nesta troupe e tinha nome de presidente da República...

MR disse...

Os muitos Salgari(s) que li foram desta colecção da Romano Torres.
Quanto a tabaco nem conhecia esta marca. Do meu tempo: Porto, Português Suave, Três Vintes (como eram conhecidos os 20 20 20) e mais tarde SG.