Prosimetron
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
O que estou a ler - 2. a)
Para não estragar o prazer da descoberta a uns, e para que outros não pensem que tenho alguma comissão da Quetzal, decidi "mudar as agulhas" e mostrar outro livro que também estou a ler. É o segundo volume da notável antologia Contes Philosophiques du Monde Entier, organizada pelo romancista e ensaísta Jean-Claude Carrière. Trarei aqui alguns dos contos, a começar por um iraniano.
Le dernier vol du faucon
Un écrivain iranien du XXe siècle, Khanlari, a raconté le dernier vol d'un faucon. L'oiseau survole un paysage en cherchant une proie. Il se sent fort et menaçant, il voit et domine toutes choses.
Tirée par un chasseur dissimulé, une fléche vient alors le frapper. Il est blessé à mort, il le sent, il ne peut plus faire bouger ses ailes, qui se ferment.
En tombant, il regarde la fléche qui le transperce et voit que l'empennage est fait de plumes de faucon.
Il dit alors, juste avant de mourir:
- À quoi bon me lamenter? Ce qui vient à nous vient de nous. (1)
(1) Ké az mast ké bar mast. Cette phrase, en Iran, est devenue proverbiale.
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4 comentários:
Não conhecia.
Quanto ao provérbio iraniano, não me parece que se aplique só no Irão.
Temos tendência a aplicá-lo só no mau sentido, mas aplica-se também nas coisas boas.
Ou interpretei mal?
Penso que terá mais a ver com as coisas menos boas que nos acontecem,pelo menos assim é com aquele da nossa tradição que muitas vezes usamos: "Colhes o que semeaste", que, se a memória não me falha,radica na tradição bíblica.
Aí está outro caso que também se poderia aplicar ao que de bom a vida nos dá. Mas só o dizemos para censurar.
Realmente, também faz sentido quanto ao que de bom retiramos do que em tempos fizemos.
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