Prosimetron
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Bom passeio, Jad!
Charles-Louis Girault (1851–1932) - Arco triunfal do Palácio do Cinquentenário, 1906 (Bruxelas, Parque do Cinquentenário)
BÉLGICA
Bélgica dos canais de labor perseverante,
Que a usura das cousas, tempo afora,
Tempo adiante,
Fez para agora e para jamais
Canais de infinita, enternecida poesia…
Bélgica dos canais, Bélgica de cujos canais
Saiu ao mar mais de uma ingénua vela branca…
Mais de uma vela nova… mais de uma vela virgem…
Bélgica das velas brancas e virgens!
Bélgica dos velhos paços municipais,
Húmidos da nostalgia
De um nobre passado irrevocável.
Bélgica dos pintores flamengos.
Bélgica onde Verlaine escreveu Sagesse.
Bélgica das beguines,
Das humildes beguines de mãos postas, em prece,
Sob os toucados de linho simbólicos.
Bélgica de Malines.
Bélgica de Bruges-a-morta…
Bélgica dos carrilhões católicos.
Bélgica dos poetas iniciadores.
Bélgica de Maeterlinck
(La Mort de Tintagiles, Pelléas et Mélisande.)
Bélgica de Verhaeren e dos campos alucinados da Flandres.
Bélgica das velas ingénuas e virgens.
Manuel Bandeira
In: Poesias completas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1940, p. 86-87
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4 comentários:
Bon voyage (em flamengo não sei...) :)
Os melhores votos! E boas descobertas!
Sugestão, com bom tempo, o parque das esculturas em Antuérpia e, obviamente, a casa de Plantin.
E cuidado com o excesso de bagagem :)
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