Não há que recear: não é um livro para linguistas ou só para linguistas. É antes uma interessante reflexão sobre o futuro do inglês como língua franca, antecedida de uma parte histórica que analisa as outras línguas francas ( do aramaico ao latim, passando pelo fenício e pelo grego ) que precederam a língua de Shakespeare mas não foram tão bem sucedidas como esta que é hoje falada em todos os continentes, também a segunda língua mais aprendida no mundo e indubitavelmente a língua da ciência, do comércio ( e da finança) e da cultura.
O autor, reputado especialista em História das Línguas, não é, porém, optimista quanto ao futuro da língua inglesa. É que se 1000 milhões de pessoas falam inglês, apenas 330 milhões o fazem como língua materna e este é um número que não crescerá significativamente nos próximos anos.
Falta de crescimento que se deverá sobretudo a duas causas: a expansão dos nacionalismos, mesmo em ex-colónias britânicas, que levou a que países como o Sri Lanka ou a Tanzânia tivessem escolhido como línguas nacionais o Sinhala e o Swahili respectivamente; e a evolução tecnológica que, com o aperfeiçoamento do software de tradução, levará a médio-longo prazo à desnecessidade do conhecimento universal do inglês.
Daí, o título da obra: a última língua franca.
The Last Lingua Franca: English Until The Return of Babel, Nicholas Ostler, Walker&Company, 368p, 2010.
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