Citando:
As siglas e acrónimos nunca levam plural, é essa a regra do português e pode ser consultada em qualquer livro de estilo.
Infelizmente, entre publicações com menor controlo de qualidade ou mesmo em algumas secções de publicações importantes menos sujeitas a processos de composição e revisão tem-se começado a ver essa coisa dos CDs e dos DVDs. É algo de ilógico, uma vez que uma sigla é constituída pelas primeiras letras de uma palavra a não pelas últimas. É também ilógico porque, se se marcasse o plural, por que não marcar também o feminino (a ONGa ou as PMEas)?.
Plural das siglas:
Que lindo serviço!
Leio na edição de Março da revista Escola (n.º 205, p. 22), do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL): «Prolongamentos/ATL’s… Não podemos cruzar os braços!» Admitindo que o título é da responsabilidade da autora do texto (de qualquer modo, a ficha técnica apresenta Luísa Pereira, quem sabe se professora, como revisora), Jacinta Vital, professora do 1.º Ciclo, estamos mal. Que língua é esta, afinal? Nem o inglês, senhora professora, usa apóstrofo para a formação do plural das siglas. Em português, as siglas não têm plural. Ainda assim, se quiser usar o s, elimine o nefando apóstrofo. (Como faz a Visão: «Serão as OPAs assim tão hostis?», «Os salários das OPAs», Clara Teixeira, pp. 110-114, 30.4.2006.)
É triste comprovar como até o pior (ou será o melhor?) jornalista (ou será revisor?) do jornal 24 Horas escreve melhor do que alguns dos nossos professores! Veja-se:
«Tramados pelas OPA», 24 Horas, 12.4.2006, p. 19.
O Público também tem uma prática consistente de grafar correctamente as siglas:
«Com as duas OPA — lançadas pela Sonaecom (proprietária do Público) e pelo BCP —, defendem as organizações, sai prejudicado o interesse dos consumidores e dos trabalhadores», Público, 12.4.2006, p. 37.
«CMVM recusa leilão nas OPA da PT e do BCP», Anabela Campos, Público, 6.4.2006, p. 46.
O Correio da Manhã escreve igualmente de forma correcta:
«Francisco Louçã, Ana Drago, António Chora e Miguel Portas lideram a campanha do bloco sobre os negócios das OPA que estará, nas próximas duas semanas, em todos os distritos do País, refere um comunicado dos bloquistas», «Jornal de rua sobre as OPA», Correio da Manhã, 11.4.2006, p. 24.
«É certo que para quem estava habituado à opulência o contraste podia ser doloroso, mas o antigo presidente sérvio dormia numa cela muito parecida à de uma residência universitária de topo, onde podia ver televisão e ouvir CD de músicos da sua preferência, como Frank Sinatra», Correio da Manhã, 12.3.2006, p. 38.
E o Expresso:
«E as OPA continuam…», «Diário de uma OPA», Caderno Economia, 18.3.2006, p. 10.
Ciberdúvidas da língua Portuguesa:
Siglas
Infelizmente, entre publicações com menor controlo de qualidade ou mesmo em algumas secções de publicações importantes menos sujeitas a processos de composição e revisão tem-se começado a ver essa coisa dos CDs e dos DVDs. É algo de ilógico, uma vez que uma sigla é constituída pelas primeiras letras de uma palavra a não pelas últimas. É também ilógico porque, se se marcasse o plural, por que não marcar também o feminino (a ONGa ou as PMEas)?.
Plural das siglas:
Que lindo serviço!
Leio na edição de Março da revista Escola (n.º 205, p. 22), do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL): «Prolongamentos/ATL’s… Não podemos cruzar os braços!» Admitindo que o título é da responsabilidade da autora do texto (de qualquer modo, a ficha técnica apresenta Luísa Pereira, quem sabe se professora, como revisora), Jacinta Vital, professora do 1.º Ciclo, estamos mal. Que língua é esta, afinal? Nem o inglês, senhora professora, usa apóstrofo para a formação do plural das siglas. Em português, as siglas não têm plural. Ainda assim, se quiser usar o s, elimine o nefando apóstrofo. (Como faz a Visão: «Serão as OPAs assim tão hostis?», «Os salários das OPAs», Clara Teixeira, pp. 110-114, 30.4.2006.)
É triste comprovar como até o pior (ou será o melhor?) jornalista (ou será revisor?) do jornal 24 Horas escreve melhor do que alguns dos nossos professores! Veja-se:
«Tramados pelas OPA», 24 Horas, 12.4.2006, p. 19.
O Público também tem uma prática consistente de grafar correctamente as siglas:
«Com as duas OPA — lançadas pela Sonaecom (proprietária do Público) e pelo BCP —, defendem as organizações, sai prejudicado o interesse dos consumidores e dos trabalhadores», Público, 12.4.2006, p. 37.
«CMVM recusa leilão nas OPA da PT e do BCP», Anabela Campos, Público, 6.4.2006, p. 46.
O Correio da Manhã escreve igualmente de forma correcta:
«Francisco Louçã, Ana Drago, António Chora e Miguel Portas lideram a campanha do bloco sobre os negócios das OPA que estará, nas próximas duas semanas, em todos os distritos do País, refere um comunicado dos bloquistas», «Jornal de rua sobre as OPA», Correio da Manhã, 11.4.2006, p. 24.
«É certo que para quem estava habituado à opulência o contraste podia ser doloroso, mas o antigo presidente sérvio dormia numa cela muito parecida à de uma residência universitária de topo, onde podia ver televisão e ouvir CD de músicos da sua preferência, como Frank Sinatra», Correio da Manhã, 12.3.2006, p. 38.
E o Expresso:
«E as OPA continuam…», «Diário de uma OPA», Caderno Economia, 18.3.2006, p. 10.
Ciberdúvidas da língua Portuguesa:
Siglas
Há muito que se convencionou que as siglas não têm plural (ex.: as CRGE: Companhias Reunidas Gás e Electricidade). Convém respeitar as regras, para que todos se entendam na comunicação.
No entanto, desde que a comunicação seja facilitada e que não se fomente a arbitrariedade, não vejo razão para considerar imperativas todas as convenções ortográficas e condenar sempre a inovação. O símbolo gráfico para o plural pode ser útil nas siglas, quando estas não são acompanhadas de outro termo que identifique o número (ex.: na frase `há CD-ROM´, pretende-se significar que há só um, ou que há mais?). Eu atualizaria essa regra do plural das siglas para: `as siglas normalmente não precisam de plural, mas nada impede que o tenham´. Noto que, por exemplo, as Selecções do `Readers Digest´ registam na sua revista de Maio deste ano, p. 62: « ….. CD-ROMs cheios …..». Aqui o símbolo de plural, de fato, poderia ser dispensado. Dispensado, mas não condenado, no meu ponto de vista.
1 comentário:
Meu caro amigo, quanto ao plural das siglas estamos de acordo, e foi sempre assim que disse e escrevi. Quanto ao assunto que deu o mote, é que ainda não tive tempo ( cheguei ontem à noite )para procurar e reflectir. Mas não fica esquecido.
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