Castelo Branco, 10 nov. 2012
CANÇÃO DE OUTONO
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão...
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.
De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?
E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando àqueles
que não se levantarão...
Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...
Cecília Meireles
6 comentários:
Não me lembrava deste poema, logo não o "conhecia". É bonito. E como anda a minha memória ...até do amor me [esqueci] perdi.
1º poema da Cecília Meireles que leio :)
Obrigada MR
MR,
É lindo, já conhecia porque comprei um livro de poesia, obra completa, na Livraria Lumière.
Um bom dia apesar da chuva!:)
Esqueci-me de dizer que adorei a fotografia. :)
O poema é muito bonito.
A foto também!
É da Câmara? Pareceu-me...
Vi primeiro o edifício e depois a árvore...
Talvez, já não me lembro. :)
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