«Partimos em demanda do Ca' Rezzonico.
«Infelizmene quando lá chegamos [...] vemos que está fechado. [...]
«O Ca' Rezzonico acolhe o melhor do Settecento veneziano. Gostaria de ter visto Pulcinella e os Acrobatas de Tiepolo, bem como os frescos que pintou para a Sala della Alegoria Nuziale. Os rinocerontes e as famílias patrícias de Pietro Longhi. O salão de baile desenhado por Massari [...]
«O edifício é muito belo e tem uma história rocambolesca. Encomendado a Baldassare Longhena (o arquitecto de Santa Maria della Salute) pela família Bon, começou a se construído em 1649, tendo as obras sido interrompidas em 1667 por dissipação de fundos. Em 1712 [...], a família Rezzonico, um influente clã de mercadores e banqueiros, empenhou parte significativa da sua imensa fortuna na conclusão (ocorrida em 1750) e decoração do futuro palazzo. Em 1782, em trãnsito para Viena, o Papa Pio IV foi um dos locatários ocasionais. Mas as peripécias não acabam aqui. Em 1888 [...] o novo inquilino é um poeta, o inglês Robert Browning [...].
«Cedo a música de Galuppi começou a ecoar na sua obra, compondo Dramatic Lyrics (1842) com inequívoca e pregnante eloquência [...].
«Browning sentia-se bem no Rezzonico, mas morreu de bronquite em 1889, menos de um ano depis da mudança. A Toccata of Galuppi's [...] é uma tocante homenagem à cidade onde foi feliz.»
Eduardo Pitta - Cadernos italianos. Lisboa: Tinta da China, 2013, p. 45-47
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