Paolo Veronese, As Bodas de Caná. 1562, Museu do Louvre.
Fotografia retirada do livro: Paul Cézanne por Élie Faure seguido de O que Ele me Disse... por Joachim Gaschet.
Lisboa: Sistema Solar, 2012. (Tradução de Aníbal Fernandes)* [p. 102]
Cá temos nós uma pintura. O pormenor, o conjunto, os volumes, os valores, a composição, a emoção, está tudo aqui... Oiça lá! É espantoso!... Nós o que somos?... Feche os olhos, aguarde, não pense em nada. Agora abra-os... Não é?... Não estamos só a ver uma grande ondulação colorida? Uma irisação, cores, uma riqueza de cores. É isto que um quadro deve começar por dar-nos, um calor harmonioso, um abismo onde o olhar penetre, uma surda germinação. Um estado de graça colorida. Todos estes tons nos correm no sangue, não é verdade? Sentimo-nos revigorados. Nascemos no mundo verdadeiro. Tornamo-nos nós próprios, tornamo-nos pintura.... Para se gostar deste quadro temos de começar a bebê-lo assim, a longos tragos. Perder a consciência.
Cézanne numa visita ao Museu do Louvre, in O que Ele me Disse... por Joachim Gaschet.p. 100-102.
Paul Cézanne, Natureza-Morta com Estatueta, 1894-95* [p.143]
Cézanne tinha paixão pelos pintores venezianos como Varonese** e Tintoretto, visitava-os no Louvre e bebia as suas cores. Olhando a Natureza-morta com Estatueta podemos ver as cores de Veronese. Aconselho a leitura do livro pois é apaixonante, é um ensaio de arte, revela as emoções do pintor, o homem que amava a natureza e as cores.
Termino com a seguinte afirmação de Cézanne:
Termino com a seguinte afirmação de Cézanne:
- " Jurei a mim mesmo que vou morrer a pintar." [p. 143]*
** Nasceu em Verona mas viveu em Veneza.
Homenagem ao Museu do Louvre no Dia Internacional dos Museus.
3 comentários:
" perder a consciência " - é o que nos provoca certa pintura, a mais impressiva.
Vou mesmo comprar este livro.
Luís,
Boa tarde. :)
MR,
Gostei deste retrato de Cézanne. Julgo que vai gostar. Lê-se muito depressa.
Boa tarde. :)
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