Prosimetron

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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Tão amado por uns quanto...



(...) Como explica os anticorpos que o Valter Hugo Mãe suscita pontualmente?

Não sei. Todos nós desenvolvemos as nossas irritações. E há pessoas que desenvolvem uma irritação comigo. Já recebi e-mails de gente a desejar a minha morte. Depois de ter estado no Jornal da Noite da TVI a ser entrevistado pela Judite de Sousa, recebi vários e-mails de profundo ódio, de gente que diz que lê livros, que os seus autores eram, por exemplo,o Eça de Queirós, e que eu e os autores da minha geração somos todos uns imbecis e não devíamos ter um segundo de audiência, que mais valia que morrêssemos...

( excerto da entrevista publicada na VISÃO )

Eu sabia que este escritor irrita muita gente, mas não calculava que a irritação ia tão longe. Nestes dias mornos da literatura portuguesa, ao menos há algo que agita as águas...

5 comentários:

APS disse...

O "agitar das águas", na minha perpectiva, é pelos piores motivos. É evidente que a qualidade literária (?) do "mãezinha",embora escreva razoavelmente, está ao nível da Corin Tellado ou, se formos piedosamente cristãos, próximo do Paulo Coelho, ao nível da substância textual.
Agora, meu caro LB, ao etiquetar "Literatura Portuguesa", ao fundo do poste, fez um favor à sonsa criatura, e cometeu um pecado de ligeireza que, se não o levar ao Inferno, o pode deixar uns meses no Purgatório da arte..:-)

MR disse...

APS, eu faço parte do grupo que acha o Valter Hugo Mãezinha irritante, mas a escrita dele não tem nada a ver com Corin Tellado (que li dois ou três para ver como era) nem com Paulo Coelho (que folheei e chegou). A máquina de fazer espanhóis é um bom livro. Tentei ler um outro dele e já não gostei porque ele faz parte de um grupo de escritores que têm uma 'receita'...
As crónicas e artigos não leio.

APS disse...

Terei que aceitar a opinião dos outros, embora não coincida com a minha. O dito, a quem não nego inteligência, usa uma série de efeitos literários e poses propagandistas que reprovo inteiramente. Parece-me uma espécie de iupi literário. A auto-vitimação, o papel de desgraçadinho simples e infeliz, a sonsice inundam as suas crónicas de água chilra.
Por outro lado, a ética não entra no seu universo e, isso, mesmo que escreva razoavelmente, para mim, basta.

ana disse...

Não compreendo, Luís, como há pessoas capazes de escrever que o melhor era o escritor morrer(?) e desejarem o pior. Há sempre lugar para novos escritores quer se goste ou não.
Gostei de ler O filho de mil homens, A alma não é pequena - 100 poemas portugueses para sms e O Apocalipse dos Trabalhadores.
Fico perplexa com a espécie de "maldição" como reação das pessoas. Não gostar e criticar a escrita, tudo bem, mais do que isso acho que é catarse de dias difíceis.
Boa noite!:))

LUIS BARATA disse...

Subscrevo a apreciação de M.R., até pelo pouco que li da obra, e as crónicas realmente passo à frente, mas acho interessante, do ponto de vista da sociologia cultural, esta "irritação valter hugo ".

APS : Há muito que me conformei com o Purgatório, o Céu não mereço e a outra morada acho que seria demais :)