Prosimetron

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domingo, 17 de janeiro de 2016

Calouste S. Gulbenkian e o gosto inglês

Eugène Gaujean, segundo Edward Burne-Jones - Flama Vestalis. 1887
Água-forte sobre pergaminho.

«Calouste Sarkis Gulbenkian (1869-1955), de origem arménia, nascido no Império Otomano, em Scutari, junto a Constantinopla, cedo estabeleceu relações duradouras com o Reino Unido. Em 1887, conclui a sua formação em engenharia e ciências aplicadas, no King’s College de Londres, cidade onde se casa com Nevarte Essayan, em 1892. Londres será também a cidade onde fixa residência, adquirindo uma das casas da família – o n.º 38 de Hyde Park Gardens –, que passa a habitar em 1899, lugar do nascimento, no ano seguinte, de sua filha Rita Sivarte. Em 1902, adquire a nacionalidade britânica. Londres foi também o lugar escolhido para a construção da igreja de St. Sarkis (1922), panteão da família, erigido em memória de seus pais. A partir da importante praça financeira londrina (tem escritórios na City, em St Helen’s Place), irá promover negócios a nível global e desenvolver uma rede de contactos com negociantes e especialistas de arte, muitos dos quais serão figuras-chave no aconselhamento das suas aquisições e no destino a dar às suas coleções. O ecletismo que caracteriza as suas múltiplas escolhas, percorrendo as produções artísticas de diferentes geografias e culturas, que o museu ilustra com grande clareza, encontra em Inglaterra o ambiente fértil e os interlocutores certos à construção de um gosto que é tanto singular como tem afinidades com importantes coleções de contemporâneos. Não será portanto de estranhar que, no aproximar dos anos da guerra (1939-1945), efetue empréstimos de longa duração de importantes núcleos das suas coleções a prestigiadas instituições britânicas, como o British Museum (arte egípcia, 1936-1950) e a National Gallery (pintura, 1937-1950). A exposição possibilita uma perspetiva sobre o colecionismo de Calouste Gulbenkian a partir dos anos passados em Londres, que correspondem à génese da coleção. Desenha-se um percurso de várias décadas de aquisições de arte inglesa ou «ao gosto inglês», através de obras que se encontram habitualmente em reserva, algumas delas inéditas, a que se associou Retrato de William Keppel, de Sir Joshua Reynolds, pintura oferecida por Calouste Gulbenkian ao Museu Nacional de Arte Antiga, em 1949, e agora amavelmente cedida por este museu. A importância do fundo documental que os Arquivos Gulbenkian encerram, assim como o acervo da biblioteca de documentação que Calouste Gulbenkian reuniu ao longo da sua vida, e que se encontra hoje à guarda da Biblioteca de Arte, são contributos fundamentais para continuar a desvendar um pouco mais das suas múltiplas facetas de colecionador.« (Do site da FCG)

William Morris - The works of Geoffrey Chaucer. Now newly imprinted. Edited by F. S. Ellis; des. Edward Burne-Jones; engraved on wood by W. H. Hooper. Middlesex: Kemscott Press, 1896

Gostei imenso desta exposição que pode ser vista na Gulbenkian até 28 de março. A Fundação Gulbenkian agora encerra à 3.ª feira.

2 comentários:

APS disse...

Aviso oportuno, este do encerramento à terça, em vez da canónica segunda-feira - obrigado!
Bom dia!

MR disse...

Devia haver outros museus a mudar o dia de encerramento. Pelo menos nas grandes cidades, como Lisboa e Porto.
Boa tarde!