A Casa del Tesoro devia situar-se na elipse, nesta planta de Teixeira, 1656.
«Num romance, tento sempre cuidar dos cenários […].
«[…] foi fácil situar o edifício da Casa del Tesoro, onde ficava a Real Academia Espanhola aquando da aquisição da Encyclopédie: um anexo do Palácio Real , cujos interiores, naquele tempo, ainda estavam a acabar de ser decorados. A Casa del Tesoro já não existe hoje, pois foi demolida em 1810 para a construção da Praça do Oriente; mas encontrei na internet na alçados do edifício, construção de um arquiteto francês anónimo, que estão depositados na Biblioteca Nacional. Com eles e com cópias de outros planos [plantas] andei pela zona para situar a topografia atual na do passado, dando longos passeios enquanto tentava recriar o edifício onde os numerários da Espanhola se haviam reunido durante quarenta anos, até que em 1793 um decreto real lhes destinou outra sede na Calle de Valverde. Foi assim que imaginei os veneráveis sábios de então, entrando e saindo do velho casarão, e que reconstruí o itinerário aproximado que Manuel Higueruela e Justo Sánchez Terrón, os dois académicos que de diferentes posições ideológicas se tinham oposto à aquisição da Encyclopédie, seguiram no seu passeio noturno pela Calle Mayor até à Puerta del Sol […].»
Arturo Pérez-Reverte – Homens bons. Trad. Cristina Rodriguez, Artur Guerra. Alfragide: Asa, 2016, p. 49-51.
A RAE na Calle Valverde
Sem comentários:
Enviar um comentário