Prosimetron

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sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Leituras no Metro - 961

Lisboa: Assírio e Alvim, 2017

«[…] Alejandro [Cercas] confessou-me que a pior memória que guardava da sua infância era a desse rasto silencioso de ódio, mágoa e violência que a guerra deixara; também me garantiu que se envolvera na política para acabar com aquilo e para que nada que se assemelhasse àquilo voltasse a acontecer.» (p. 141)
«-Lembro-me das primeiras vezes que vim á terra como socialista, na segunda metade dos anos setenta, quando os socialistas acabavam de sair da clandestinidade. […] Eu era então um rapaz obcecado com a guerra e quando me encontrava com os velhos socialistas da República dizia-lhes sempre a mesma coisa: o que não percebo é terem transformado em inimigos pessoas que objetivamente não eram vossos inimigos. Que a República não pretendia apoiá-los contra os pequenos proprietários e arrendatários; pelo contrário, a República também pretendia protege-los e protege-los das mesmas pessoas.» (p. 152-153)

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