Prosimetron

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segunda-feira, 27 de novembro de 2023

«O Fado», de Malhoa

José Malhoa - O Fado, 1910
Lisboa, Museu do Fado

«"[Malhoa] contou-me que perdeu muito tempo a encontrar o tipo de fadista [...] ao lado da mulher da vida esbandalhada e descomposta." Encontrou-os na rua do Capelão . Amâncio Augusto Esteves, rufia que fadistava, e Adelaide, conhecida por 'Adelaide da Facada', daí a inclinação exagerada da pose "esbandalhada". Era para ela tapar a face esquerda com uma naifada.~«A pintura, diz-se, atrasou um pouco porque por vezes Amâncio voltava de uma breve passagem pela esquadra e embirrava com a alça da blusa de adelaide, que na pintura descera mais do que os ciúmes dele permitiam. E lá tinha Malhoa de retocar um pouco menos de seio atrevido. Em 1910 o quadro estava pronto. está lá tudo, a chinela no pé, o Senhor dos Passos, a lamparina de querosene, o pote de manjerico, um cigarro nos dedos dela, a garrafa de vinho e os olhos avinhados dele, amis a banza...» 
José Ferreira Fernandes - Martim Moniz: Como o desentalar e admirar. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2023, p. 73-74

Letra de José Galhardo; música de Frederico Valério.

10 comentários:

Mª Luisa disse...

Muito "fadista" esta história.
Talvez fui três vezes escutar Fado, sempre com o professor português e gostei.
Não gosto da exageração para os turistas, mas gosto de fados.
Bom dia!

Maria disse...

Interessante, a história deste quadro.
Sempre bom ouvir Amália.
Bom dia!

MR disse...

Havia mais a por, mas...
Nessa altura, Maria Luisa, ainda não havia estas hordas de turistas.
Eu gosto de fadistas.
Boa semana para as duas.

Pini disse...

Creo que con el fado ocurre lo mismo que con el flamenco; todo muy exagerado para el turismo.
Saludos

bea disse...

Não aprecio Malhoa e nem o quadro "Fado". Que fica bem entoado por Amália. É como se nas voltas da sua voz tudo ganhe brilho e resplandeça: quadro, versos e o fado que canta.
Congratulo-me por serem hoje as fadistas e o mundo do fado coisa diversa do que então foi. O fado nasceu pobre, deseducado e sem condição. Hoje ouve-se com o respeito devido a quem o canta e sabe tocar. Nele, como na voz de Amália, vai inteira a alma do povo português.

Isabel disse...

Uma voz inigualável.

Boa semana:))

Justa disse...

¡Ay, vuestro fado...!

Apertas frescas.

Maria disse...

Gosto muito de Malhoa.
Há vários quadros dele que me agradam imenso, por exemplo À beira-mar (Praia das Maçãs) ou Primavera.
Curiosamente, ontem ao pesquisar num livro de selos dos CTT encontrei a pintura O Fado.
Bom dia!

Margarida Elias disse...

Esta pintura e a sua história é magnífica. Bom dia!

MR disse...

Gosto de Malhoa e de Amália.
Sim, agora até há uns locais onde se canta fado á tarde, que nada têm a ver com casas de fado. E estas também cresceram... upa, upa... O fado virou moda.
Bom dia para tosos.