Ler os jornais no café era um hábito que eu tinha até há poucos anos.
Verso e reverso de um marcador que faz puzzle e uma fotografia-marcador de Mário Cruz.
Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2025.
Este livro pretende (pretende!...) ser o retrato da transformação dos jornais nas últimas duas décadas, através de histórias de vida e testemunhos de jornalistas. A não indicação dos títulos dos jornais a que se referem esses testemunhos não possibilita uma avaliação ou mesmo a contextualização do que é dito.
O estado a que chegou o jornalismo era previsível quando a finança começou a tomar conta da comunicação social, perante um contentamento geral de que a concorrência, o neoliberalismo na imprensa era muito salutar. Está à vista! Tal como nas empresas: salários baixíssimos e pouca qualificação. Jornalistas com carreira feita substituídos por estagiários, pouco investimento no jornalismo de investigação, pouco tempo para conferirem as fontes, falta de especialização, etc., etc.
«Alguns [dos novos patrões da imprensa] já não se dão ao trabalho de [...] esconder [os interesses políticos e económicos desses grupos], como foi evidente numa reunião que alguns dirigentes sindicais mantiveram com os novos representantes de um grupo de comunicação social, para tentar ouvir deles garantias de estabilidade futura. Ao invés, foram surpreendidos com uma sinceridade chocante: "Não é o jornalismo que nos move. Sabemos que vamos perder dinheiro com os jornais, mas o grupo tem outros interesses."» (p. 94)
Helder, um dos entrevistados, afirma que «O grande cancro do jornalismo é a sua propriedade». (p. 94)
No Dia Mundial da Imprensa.
3 comentários:
Também era um dos meus hábitos mais antigos, mas como tantos outros terminou.
Jornais e revistas, mas a Imprensa já não é o que era, nem os cafés são o que eram, pelo menos aqui.
Bom dia!
Principalmente os jornais e as revistas...
Bom domingo! 📰
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