" Castigo , meio de impedir o criminoso de continuar a causar dano.
Castigo , meio de redimir-se para com a pessoa ofendida e sob uma forma qualquer ( por exemplo uma compensação em forma de dor ) .
Castigo , meio de restringir e limitar uma perturbação de equilíbrio para que se não propague .
Castigo , meio de inspirar terror aos que determinam e executam o castigo.
Castigo , meio de compensar as vantagens obtidas até então pelo criminoso ( por exemplo, quando se utiliza como escravo numa mina ) .
Castigo , meio de eliminar um elemento degenerado ( e às vezes toda uma família , como na China ; meio , pois , de depurar a raça e de manter o tipo ) .
Castigo , ocasião de festa para celebrar a derrota de um inimigo , enchendo-o de insultos.
Castigo , meio de criar uma recordação , quer no castigado «correcção» quer nos espectadores.
Castigo , pagamento de honorários ao poder que protege o malfeitor contra os excessos da vingança.
Castigo , compromisso com o estado primitivo da vingança , mantido em vigor por poderosas raças , se o reivindicam como um privilégio.
Castigo , declaração de guerra e medida de polícia contra um inimigo da paz , da lei , da ordem ,
da autoridade , violador dos tratados que garentem a existência da sociedade , perigoso , rebelde , traidor e perturbador , a quem há que combater por todos os meios de que a guerra dispõe. "
- Friedrich Nietzsche , A genealogia da moral , Guimarães Editores , 1992 , 66 .
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