O Outono chega... aqui fica uma balada
a versão cantada é diferente da versão escrita, que também aqui se regista:
BALADA DO OUTONO
Águas
E pedras do rio
Meu sono vazio
Não vão
Acordar
Águas
Das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem
meus olhos secar
Águas
Das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar
Águas
Do rio correndo
Poentes morrendo
P'ràs bandas do mar
Águas
Das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar
Rios que vão dar ao mar
Deixem
meus olhos secar
Águas
Das fontes calai
Ó ribeiras chorai
Que eu não volto
A cantar
José Afonso, 1929-1987
3 comentários:
Ao Outono que este ano chegou com chuva.
"Chove...
Mas isso que importa!,
se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir na chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.
José Gomes Ferreira, Poesia II, Lisboa: Portugália Editora, 1972, p.141.
22 de Setembro de 2008 22:47
Ao Zeca Afonso que cantou os "Vampiros" e de quem guardo na memória as canções de intervenção, a luta contra a repressão, o medo e a falta de liberdade:
- Obrigada pelo seu fado!
Gosto imensíssimo do Zeca e esta é umas das minhas preferidas, muito referida aquando da sua morte:
«Águas
«Das fontes calai
«Ó ribeiras chorai
«Que eu não volto
«A cantar».
Boa maneira de dar as boas vindas ao Outono.
E também já percebi que anda por aqui um «anónimo» que é grande apreciador de José Gomes Ferreira. Eu também sou.
M.
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