Angela Merkel sente-se incomodada sempre que cumprimenta Nicolas Sarkozy, noticia hoje o El País, na edição online. A chanceler alemã não gosta dos modos "demasiado amigáveis" manifestados pelo presidente francês sempre que este se lhe dirige e que se traduzem em palmadinhas nas costas, mão no ombro ou beijos. Parece que a reacção de Merkel aos carinhos do seu colega nada tem que ver com motivos pessoais. Trata-se, simplesmente, de uma questão cultural uma vez que a "exibição física dos sentimentos" não faz parte dos hábitos germânicos, tanto mais que a Srª Merkel é protestante o que implica uma certa distância afectiva em termos sociais. Por seu lado, Sarkozi parece não conceber a vida "sem a proximidade dos corpos" algo natural nos franceses e em geral nos países mediterrânicos.
Angela que quer por um ponto final na afectividade espontânea de Nicolas já fez saber junto do Eliseu que é uma mulher que não gosta de confianças.
1 comentário:
Não deve ser pela "situação" deste soneto que Sarkozy é esfusiante com Angela Merkel:
INTIMIDADE
Quando, sorrindo, vais passando, e toda
Essa gente te mira cobiçosa,
És bela – e se te não comparo à rosa,
É que a rosa, bem vês, passou de moda...
Anda-me às vezes a cabeça à roda,
Atrás de ti também, flor caprichosa!
Nem pode haver, na multidão ruidosa,
Coisa mais linda, mais absurda e doida.
Mas e na intimidade e no segredo,
Quando tu coras e sorris a medo,
Que me apraz ver-te e que te adoro, flor!
E não te quero nunca tanto (ouve isto)
Como quando por ti, por mim, por Cristo, juras
– mentindo – que me tens amor...
Antero Quental
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