...que não era siamesa.
MANHÃ DE NOVEMBROMeu gato siamês
(de veludo
e garras,
cheio de sons)
Deita-se
ao sol
(da morte,
sabemos nós)
displicente
e eterno
Ferreira Gullar
In:
Obra poética. [Vila Nova de Famalicão]: Quasi, 2003, p. 495
Litografia de Mário Cesariny.
1 comentário:
Para homenagear: a litografia de Cesariny, todos os gatos e ainda a beleza do "Meu Gato Siamês", envio este poema que me mandaram,
"O gato
Que fazes por aqui, ó gato?
Que ambiguidade vens explorar?
Senhor de ti, avanças, cauto,
meio agastado e sempre a disfarçar
o que afinal não tens e eu te empresto,
ó gato, pesadelo lento e lesto,
fofo no pelo, frio no olhar!
De que obscura força és a morada?
Qual o crime de que foste testemunha?
Que Deus te deu a repentina unha
que rubrica esta mão, aquela cara?
Gato, cúmplice de um medo
ainda sem palavras, sem enredos,
quem somos nós, teus donos ou teus servos?
Alexandre O’Neil
A.R.
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