Os modelos dos primeiros jardins japoneses vieram da China e representaram o divertimento dos aristocratas. Os do Período Heian (794-1185) tinham normalmente um lago com uma ilha e eram construídos para contemplar a Natureza através das mutações das estações do ano. Já nos séculos VI e VIII ostentavam elementos como largos artificiais, pontes e lanternas à semelhança dos jardins chineses e coreanos. O palácio imperial e as residências da nobraza do período Heian eram construídos sobre lagos artificiais com pavilhões de pesca num cenário de montanha. A água surge como elemento característico dos jardins e é apresentada sob as mais diversas formas. Em muitos casos, um simples regato pode sugerir a ravina de uma montanha, ao passo que uma ilha de pinheiros num lago artificial pode sugerir Matsushima ou outro belo local. Nos jardins Zen, as rochas sugerem um rio a correr e a água é sempre um elemento indispensável que provoca um som fresco e calmo ao cair sobre uma bacia de pedra.
Entre os designers de jardins mais famosos da história do Japão conta-se o monge Zen Muso Soseki (1275-1351). Até aos 50 anos, Muso viveu como um monge mendicante à procura da "luz". Ao longo das suas viagens fundou vários pequenos mosteiros nas montanhas, com jardins integrados no cenário natural. Mais tarde foi protegido pelos shoguns Ashikaga e pelo imperador Godaigo e nomeado abade dos mosteiros de Tenryji e de Rinsenji, em Kyoto, onde concebeu maravilhosos jardins. Já no fim da vida retirou-se para o pequeno templo de Saihoji, onde criou um jardim utilizando o musgo como elemento principal e incorporando o ideal chinês de "dez visões maravilhosas".
1 comentário:
Caro MLV,
Obrigada por ter oferecido esta beleza. Gosto imenso dos jardins japoneses são belíssimos apesar de artificialmente construídos. É uma verdadeira "arte".
Transmitem tranquilidade, paz de espírito e uma sintonia cromática.
Os jardins Zen também são fantásticos pelo minimalismo, o uso das rochas e do musgo que compõe o cenário.
Enfim, resume-se a isto os jardins japoneses são encenações da natureza..
Desculpe o alargado comentário.
A Taschen tem um belíssimo livro sobre jardins japoneses.
A.R.
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