“Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã, acordarei entre os teus braços, a tua pele será talvez demasiado bela, e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
Um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada de um velho, estarei contigo e cantarão os pássaros no parapeito da nossa janela.
Haverá flores, mas nada disso será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi nem uma palavra, para não estragar a perfeição da felicidade”.
José Luís Peixoto, A criança em Ruinas
1ª edição - Quasi, Set. 2001; 3ª edição - Quasi, Jan. 2002, p. 6
2 comentários:
É lindo! E eu até não sou uma grande fã de José Luís Peixoto.
Gosto muito do José Luís Peixoto. O texto é lindíssimo.
A.R.
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