Depois de ler o artigo de Luís Reis Torgal sobre “A Vida Privada de Salazar” questiono apenas:
1- E qual é o mal em termos assistido a um Salazar licencioso se foi essa a intenção de mini-série?
2- Clara Ferreira Alves diz que Salazar é o que está a dar. Ironias à parte o que é que isso quer dizer?
3- Portugal tem nostalgia do ditador, como afirma Maria de Medeiros? Não me parece. E conceber produtos sobre a figura de Salazar na forma de musicais, teatro, literatura ou programas de televisão não significa necessariamente romantizar um período, ocultando o horror da tortura e da guerra, como diz ainda a cineasta.
Então e porque é que também não se instala esta urticária colectiva sempre que surge uma obra acerca de Hitler, um dos maiores ditadores na História da Humanidade? E como o cinema está cheio delas só para dar um exemplo. Vamos descomplicar a figura de Salazar enquanto pessoa e ditador, que o foi sem qualquer sombra de dúvida, mas vir agora apelidá-lo de Marlon Brando de Santa Comba é que me parece ridículo.
Tanto barulho por coisa nenhuma. Mais vale dizer: Não gosto do homem! Ponto.
5 comentários:
Não gosto do homem, pronto!
Admiro a figura enquanto estadista reconhecendo-lhe os defeitos e as virtudes. Não estou a descomplicar, nem sequer vi a mini-série. No entanto, reabilitar um ditador que foi contra as liberdades individuais, parece-me, no mínimo, que as pessoas têm a memória curta. Se calhar era melhor ir pensando nos novos perfis que se estão por aí a desenhar!
A.R.
AR, respeito plenamente a sua opinião. Mas acho que não se trata de reabilitar um ditador, apenas dar a conhecer a sua personalidade sem medos, sem complexos. Curta ou não a memória, a História está escrita com tudo de positivo e negativo que rodeiou a vida e obra de Salazar. Não há que dar a volta. Enfim, cada um tem a sua prespectiva e isso é muito saudável.
MLV,concordo completamente que se deve dar a conhecer o ditador "sem complexos e sem medos": os seus aspectos positivos e negativos (sublinho esta frase). Isso faz parte de uma exigência lógica e racional. Mas não gosto do Marlon Brando.
A.R.
Aprecio estes "duelos verbais" consigo.Também não gosto lá muito de Marlon Brando e muito menos revê-lo em Salazar.
A questão é, como diz Luís Reis Torgal, que a série «A vida íntima de Salazar» foi apresentada com «pretensões históricas». Se não tivesse sido, as pessoas achavam-na pateta. Eu não gosto do homem, aliás acho o homem odioso, e acho que estas séries pretendem branquear a sua figura. Esta é que é a questão.
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