Prosimetron

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sábado, 21 de fevereiro de 2009

Rudolf Schlichter, pintor do fantástico!

Rudolf Schlichter Poder cego, 1935-37, óleo sobre tela, 79x100,
Berlim, Berlinische Galerie, Landesmuseum für Moderne Kunst, Photographie und Architektur

Rudolf Schlichter nasceu em Calw, em 1890 (Alemanha). Foi considerado um dos maiores representantes da “Neue Sachlichkeit” (Nova Objectividade). Combateu na I Guerra Mundial. No fim da guerra, em 1919, mudou-se para Berlim e juntou-se ao Partido Comunista Alemão. Integrou o movimento dadaísta em 1920 e ilustrou alguns periódicos. Em 1925 participou no "Neue Sachlichkeit" no Mannheim Kunsthalle. Quando Hitler tomou o poder as suas actividades foram alvo de perseguições e, em 1939, as autoridades Nazis baniram-no não podendo expor os seus trabalhos.
O seu estúdio foi destruído pelo bombardeamento em 1942. No fim da guerra os seus trabalhos enquadravam-se no movimento surrealista. Morreu em Munique em 1955.
Rudolf Schlichter pintou o “Poder Cego” no apogeu do Nacional-Socialismo na Alemanha. O quadro está intelectualmente associado a uma história do escritor Ernst Jünger, de quem o pintor foi protegido até à sua morte. “Sobre as Falésias de Mármore” é muitas vezes visto como contendo alusões enigmáticas e uma premonição profética dos horrores do Terceiro Reich. O “Poder Cego” é uma alegoria da destruição. O conflito militar é personificado por Marte, deus da guerra, que apesar da sua poderosa estatura aparenta estar indefeso devido à sua viseira caída, por outras palavras, “cego”. O campo de visão é restrito, está protegido das distracções e do pensamento: pode cumprir a sua missão destruidora sem escrúpulos. O aspecto fantástico reside no paradoxo da insígnia brilhante do guerreiro, que parece não estar de acordo com os gestos marciais no seu todo: o desenho sublinha um cientista ou um artista, mais do que um destruidor. Matar tornou-se cada vez mais uma ocupação científica, o controlo remoto das máquinas.

1 comentário:

LUIS BARATA disse...

Desconhecia este pintor, mas vejo perfeitamente a afinidade com Junger.