Prosimetron

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domingo, 8 de fevereiro de 2009

Ullmann : Der Kaiser von Atlantis

Encontra-se em representação no Centro Cultural de Belém (Lisboa), hoje dia 8 de Fevereiro de 2009, pelas 16 h.

DER KAISER VON ATLANTIS [O imperador de Atlantis]
música: Viktor ULLMANN
libreto: Peter KIEN

E se a morte resolvesse fazer uma greve?! Se se sentisse cansada, ou farta, de levar tanta e tanta gente, e dissesse: a partir de agora ninguém pode morrer! Que acontecia aos que estão fartos e cansados da vida; aos que se encontram doentes e em sofrimento; enfim, aos que esperam pela morte!

É este o tema da ópera composta por Viktor Ullmann com uma particularidade: a ópera é criada no campo de concentração (ou gueto) de Theresienstadt, onde se encontram deportados compositor e libretista. Versa a morte... mas a morte que não existe, que se encontra de mãos dadas com a vida... a vida que não sabe rir e a morte que não sabe chorar. São mortos vivos ou vivos mortos!





Do libreto:
É verdade que existem paisagens que nunca foram devastadas por granadas? É verdade que há palavras que não são grosseiras nem ásperas? É verdade que existem prados plenos de odores e de cores? É verdade que existem montanhas que do ar resplandecente acolhem o azul?
[...]
A distante luz do Sol! A morte está morta, acabou a necessidade da guerra!

3 comentários:

Anónimo disse...

Depois do ensaio geral da ópera, ocorrido em 1944, todos os intervenientes e suas famílias foram deportados para Auschwitz, onde não sobreviveram 48 horas.
M.

LUIS BARATA disse...

Viaja-se e conhece-se coisas bonitas, e naturalmente perdemos outras coisas boas que se vao passando na Lusitania.
Mas ontem vimos a bordo um espectaculo digno da Broadway, inspirado em musicas de Elton John, Billy Joel, Stevie Wonder e Barry Manilow, com alusoes ao Feiticeiro de Oz. Fantastico.

Anónimo disse...

Não conhecia. É muito bonita. O excerto do libreto é lindíssimo.
Será verdade que "existem montanhas que do ar resplandecente acolhem o azul?"

Wiesel anos após o holocausto ainda não vislumbrava o azul na sua plenitude ou. possivelmente, foi difícil habituar-se ao azul sem reservas.
A.R.