O que ambos então experimentaram: não é o mais ameno
de todos os mistérios
e no entanto ainda terreno:
quando Ele, ainda um pouco pálido do sepulcro,
mais ligeiro, veio ao seu encontro:
ressuscitado por inteiro.
Oh, em primeiro lugar a ela! Como ali se encontravam,
Indizivelmente, curando-se.
Sim, curavam-se, era o que se passava. Não careciam
de um contacto mais forte.
Durante uma fracção de segundo
Ele pousou a Sua mão,
em breve eterna, no ombro feminino.
E começaram,
silenciosamente, como as árvores na Primavera,
em conjunto, infinitamente,
a estação do ano
da sua máxima intimidade.
Rainer Maria Rilke, A vida de Maria (Consolação de Maria pelo Ressuscitado);
trad.: Maria Teresa Dias Furtado, Portugália Editora, 2008;
Imagem: Detalhe do fresco Aparição de Cristo ressuscitado, Giotto, Basílica de São Francisco de Assis
2 comentários:
Gosto imenso do Giotto e também do Rilke.
Boa Páscoa!
M.
Adoro Rilke e Giotto.
Bonito!
A.R.
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