A Alemanha Ocidental assiste a um debate público aceso sobre o rearmamento, passados apenas sete anos sobre o fim da Segunda Guerra Mundial. De acordo com as sondagens, cerca de 75% dos alemães pronunciam-se contra este projecto do governo de Adenauer. Vários partidos, sindicatos e representantes das Igrejas convocam manifestações.
O chanceler e os Ministros dos Negócios Estrangeiros da Grã-Bretanha, França e dos Estados Unidos assinam o chamado Deutschlandvertrag (Tratado da Alemanha) em Bona a 27 de Maio. Pondo termo ao estatuto de território ocupado, este tratado restabelece a plena soberania alemã, quer em assuntos internos, quer em assuntos externos. Os Aliados ocidentais reservam-se, no entanto, o direito de decidir sobre a Alemanha “no seu todo” e de manter tropas estacionadas em território germânico. A autonomia bem como a integração da República Federal no universo ocidental são enquadradas na constituição da Comunidade Europeia de Defesa no seguimento do Tratado de Paris.
Esta tentativa de coordenação de forças armadas da Europa ocidental nunca viria a ser formalizada, dado o fracasso do processo de ratificação por parte da Assembleia Nacional francesa dois anos mais tarde. O Deutschlandvertrag entraria em vigor numa versão diferente apenas em 1955. Nesse ano, a Alemanha (ocidental) integraria a NATO e viria a ter novamente um exército próprio.
Em resposta a estes desenvolvimentos, é declarado o Socialismo como objectivo principal da política do partido (único) no poder na Alemanha Oriental. A nacionalização de indústrias chave, as modificações tremendas no sector agrícola e as transformações na justiça, polícia e nos serviços secretos são submetidos às linhas gerais da nova ideologia.
Imagens: Assinatura do Tratado da Alemanha; o Socialismo na RDA; um aparelho ainda desconhecido: o televisor; "Tagesschau" - o telejornal alemão
1 comentário:
Continua a interessar-me sobremaneira esta crónica da Alemanha do pós-guerra.
Que gira a imagem da "Tagesschau", tão anos 50...
A.R.
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