Os cristãos protestantes assinalam hoje o Dia da Reforma, recordando assim o protesto que Martinho Lutero expressou numa carta dirigida em 31 de Outubro de 1517 a Albrecht de Brandenburgo que, na qualidade de Markgraf (conde) de Brandenburgo, acumulava ainda as funções de príncipe eleitor, arcebispo de Magdeburg e arcebispo de Mainz. Como é do conhecimento geral, criticava o monge da ordem de S. Agostinho um conjunto de práticas, habituais na Igreja Católica da época, entre elas, o “comércio” de indulgências, fonte de rendimento para a vivência luxuriosa de muitos bispos e para a construção de igrejas, incluindo a edificação da Basílica de S. Pedro. Lutero anexou à correspondência as célebres 95 teses sobre a podridão existente no clero. É possível que tenha afixado as teses à porta da igreja de Wittenberg – porém, não existem provas que suportem esta ocorrência.
Lutero divulgou os seus pensamentos com a ajuda de amigos, entre eles, o pintor Lucas Cranach, o Velho (1472 - 1553). Cranach desempenhou um papel fundamental na difusão da visão e da obra de Lutero. A ele, deve o mundo ocidental retratos de Lutero, a ele, deve o mundo cristão a impressão de 5000 exemplares da primeira tradução do Novo Testamento para o alemão, levada a cabo por Lutero em 1522 (que viria a traduzir integralmente a Bíblia pouco tempo depois).
Cranach, um dos maiores representantes da pintura renascentista alemã, contribuiu assim significativamente para a reforma protestante, não deixando todavia de prestar os seus serviços a contratantes católicos …
Por ocasião desta data importante, segue ainda um quadro do mestre e seu filho (Lucas Cranach, o Novo), que se encontra na igreja St. Marien de Wittenberg: Cranach ilustra Lutero a pregar aos fiéis, numa igreja que, ao contrário das igrejas católicas, dispensa quaisquer adornos decorativos. A essência é Cristo, o crucificado.
Por ocasião desta data importante, segue ainda um quadro do mestre e seu filho (Lucas Cranach, o Novo), que se encontra na igreja St. Marien de Wittenberg: Cranach ilustra Lutero a pregar aos fiéis, numa igreja que, ao contrário das igrejas católicas, dispensa quaisquer adornos decorativos. A essência é Cristo, o crucificado.
Outras imagens: retrato de Lucas Cranach o V., por Lucas Cranach o N. (Uffizi, Florença); conhecido retrato de Martinho Lutero e sua esposa, Katharina von Bora (Museo Poldi Pezzoli, Milão)
7 comentários:
Filipe,
Que belo post!
Admiro Lutero, apesar das consequências que a Igreja de Roma sofreu.
Já houve alguém que me disse que a "Igreja viveu sempre em conflito", não foi só nesta época. Se formos consultar os vários Concílios percebemos bem a proposição. Foi um jesuíta que me alertou para isto.
Ana
Obrigada.
Sendo católico, não deixo de ter também admiração por Lutero. Homem corajoso, ousou fazer algo inédito: questionar, pôr em causa estruturas instituídas há séculos.
Boa ideia recordar Lutero e a Reforma.
Grandes pintores, estes Cranach(s).
M.
O "Caso Lutero" dá um bom exemplo de especulação ucrónica: E se Carlos V tivesse sido mais duro e o tivesse aprisionado quando estiveram face a face?
Martinho Lutero seria mais um mártir da Reforma mas esta teria acontecido, mais cedo ou mais tarde.Era a hora.
É que Carlos V era do signo "Peixes" - como Luis Barata,aliás - e Lutero,"Escorpião". Normalmente entendem-se.É uma espécie de encontro entre a Fénix e a Metafísica. Mas basta de especulações irracionais,: o post é muito interessante...
Lutero era um bom nativo do signo de Escorpião: "torcido".
Lutero foi um instrumento nas mãos do Senhor para levar aos mais humildes a luz do verdadeiro evangelho de Cristo, uma vez que a igreja católica não permitia que os mesmos tivessem acesso às escrituras isso para enganar-los e extorqui-los através das indulgências. O que pouca gente sabe é que o remanescente de Cristo já existia, Lutero somente continuou o que Savonarola já havia começado.
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