Prosimetron

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Cenas Portuguesas - 17

Conversa que ouvi ontem no metropolitano, travada entre dois sexagenários brancos ( a cor da pele não é despicienda ) :
- Queres ir à minha terra? Fala com a tua mulher e depois diz-me.
- Estás maluco! Um dia inteiro de viagem e se calhar ainda tínhamos de pernoitar pelo caminho.
- Sim, eu estava a pensar dormir em Singapura e depois continuar.
Foi neste ponto que passei a prestar mais atenção ao diálogo que ocorria ao meu lado. Achei curioso como a referência "a minha terra" se podia aplicar a um lugar tão longe, para um português, como Timor. Era de Timor que falavam, essa terra distante que tinha sido o lugar de nascimento e juventude de um deles e que não era visitada há décadas. " Do Minho a Timor", não era assim que se dizia? Para alguns, mesmo que só emocionalmente, ainda é.

2 comentários:

Anónimo disse...

Julgo que Timor devia ter um fascínio muito especial. Basta ler Ruy Cinatti para nos apercebermos.

Alberto Soares

MR disse...

Adoro Cinatti. E o que ele falava de Timor, quando ninguém ligava ao que lá se passava.
Adorei o «Queres ir à minha terra?»