também o cisne morre [sic] é um livro de Aldous Huxley que li há uns anos quando mo emprestaram; hoje, fui tirá-lo à estante para retirar este trecho:
x"Mister Propter (...) fechando os olhos repetiu a resposta do cardeal Bérulle à pergunta: «O que é o homem?»(...)
«O que é o homem?» - perguntou a si próprio num sussurro. C'est un néant envirinné de Dieu, indigent de Dieu, capable de Dieu et rempli de Dieu, s'il veut. Um nada rodeado de Deus; indigente e capaz de Deus, e cheio de Deus se o desejar. E o que é esse Deus de que os homens são capazes? Mister Propter respondeu com a definição dada por John Tauler no primeiro parágrafo da sua Imitação de Cristo: - «Deus é um ser à parte das criaturas, uma vontade livre, uma actividade pura.» O homem, pois, é um nada cercado e indigente de um ser à parte das criaturas, um nada capaz de vontade livre e cheio de actividade pura, se o desejar. Se o desejar - começou a reflectir Mister Propter, com súbita e bem amarga tristeza. Mas, quão poucos são os que o desejam, ou desejando, sabem ao menos o que desejam ou como obtê-lo! O conhecimento justo é quase tão raro como a vontade firme de agir em conformidade com ele. Dos poucos que procuram a Deus, quase todos encontram, devido à ignorância, apenas esses reflexos da própria vontade que se chamam o Deus dos Exércitos, o deus do Povo Eleito, o Salvador..."
xAldous Huxley, também o cisne morre, Lisboa: Livros do Brasil, s.d., p. 92-93 (Trad. Paulo Moreira da Silva do original After Many a Summer).
1 comentário:
Ana, e se me devolvesses o livro?
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