Julie Andrews regressou aos palcos no passado Sábado, dia 8, em Londres, depois de mais de trinta anos sem actuar em público na sua terra natal.
Este regresso faz ecoar as palavras da imortal Norma Desmond, quando Joe Gillis lhe diz que não sabia que Norma estava a planear um “comeback”: “I hate that word. It's a return, a return to the millions of people who have never forgiven me for deserting the screen.” Foi para esse “return” que se dirigiram dezenas de milhares de pessoas de todo o mundo, confluindo para a O2 Arena em Londres.
No dia seguinte, as primeiras críticas na imprensa começavam por descrever que Julie Andrews tinha sido acompanhada por cantores a interpretar músicas da Broadway, que a O2 Arena estava cheia, que apesar da operação às cordas vocais a estrela anunciara que ainda fazia ribombar um “Ol’ Man River” (música de assinatura de “Show Boat”, geralmente considerado o primeiro musical da Broadway) e que a entrada e saídas de palco tinham recebido uma ovação de pé.
No mesmo dia, abriam-se as comportas, com títulos como “The Night Julie Andrews lost the Sound of Music” ou “The Tills Are Alive With the Sound of Fury”, com múltiplos espectadores a pedirem a devolução do dinheiro e com o site “News Media Images” escrevendo que “Whilst an anemic Liz Taylor didn’t demand her money back, a sad resigned look on her face told all.”
Durante alguns dias, seguiu-se uma disputa cibernética e de imprensa sobre se a audiência se sentiu defraudada ou não, com uma diferença apaixonada de reacções e de retrato do que foi esse espectáculo, desde a BBC ao “Malaysian Times”, do “Daily Mirror” à Wikipédia ou ao “The New York Times”. Os extremos vão desde o aplauso sem reservas ao pedido de restituição do valor dos bilhetes.
A resposta à questão sobre se a audiência se sentiu defraudada é “Sim, mas não faz mal.” É sobre esta bizarra polémica que se debruça uma entrada em quatro partes neste blog, sendo utilizados como idiomas o português e o inglês, sendo este último empregue pela dificuldade de tradução de certas inflexões de idioma (por exemplo, entre “return” e “comeback”), pelo nome de músicas, filmes e musicais que não são de tradução fácil ou reconhecida e para preservar a integridade do anúncio original.
2 comentários:
Vou seguir com interesse. Gosto muito da Julie Andrews e tão díspares opiniões ainda alimentam mais a curiosidade.
Obrigada pelas novidades!
Até guardei algumas das críticas publicadas na imprensa britânica, já que os títulos eram bem engraçados. Parece que logo ao intervalo havia gente a pedir o reembolso.
É claro que também eu esperava muito mais, embora soubesse à partida que as capacidades vocais de Miss Andrews estão muito diminuídas. Mais valia que o espectáculo se chamasse "An Evening with Julie Andrews&Friends who sing" :)
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