AO FUNDO DESTE DIA
Se eu pudesse estar ao fundo deste dia,
nomear o já nomeado
com uma voz mais nova,
e fazer da palavra uma viagem até à vida,
ou simplesmente um sonho de coisas sem sentido,
uma quinta-feira sem memória
para vencer o medo...
Se eu pudesse estar atrás dos espelhos,
atrás do raio último ou da espiga morta,
seria bem simples deixar cair o voo,
entrar nos quartos de dormir e ver morrer a neve
(como antes outros queimaram o seu silêncio),
e então entender que sempre se é culpado
de tudo quanto por fim amando se partilhou.
Antonio Lucas ( Madrid, 1975-), poeta e jornalista. Tradução de Joaquim Manuel Magalhães.
3 comentários:
Vou procurar porque gostei.
Já tinha lido qualquer coisa sobre ele, não sei se foi no DN ou na Visão...
:)
Não conhecia e nada conheço sobre o seu autor.
É só googlar :)
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